O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (11) que a polarização política no Brasil é “boa”, se for bem trabalhada. Sem citar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) diretamente, o petista apontou que o Brasil está polarizado entre duas pessoas. Lula destacou ainda que o PL é uma "legenda eminentemente eleitoral".
"Eu não me preocupo com a polarização, porque o Brasil foi polarizado entre PSDB e PT durante muito tempo. Foi assim em 1989, foi assim em 1994, foi assim em 1998, foi assim em 2002, 2006. Agora o Brasil está polarizado entre duas pessoas, porque na verdade são duas pessoas, não são nem dois partidos, porque o meu partido existe, o partido deles não existe. É uma legenda eminentemente eleitoral", disse o mandatário em entrevista ao SBT.
"Então, a polarização é boa se a gente souber trabalhar os neutros para que a gente possa construir maioria e governar o Brasil. Eu acho que o mundo vai continuar assim. O mundo está muito polarizado em todos os continentes", acrescentou.
Lula volta a defender a regulação das redes sociais
Durante a entrevista, o presidente afirmou que as redes sociais contribuem com a polarização e defendeu a regulação das plataformas. Lula defendeu que seja realizado um debate público antes da decisão sobre o tema.
“Eu acho que é preciso ter uma regulamentação [das redes sociais]. Essa regulamentação tem que ser o resultado de um longo debate com a sociedade brasileira, com as pessoas que entendem desse assunto… Você não pode confundir liberdade de expressão com o uso da liberdade para fazer maldade, como acusações falsas, bullying”, disse.
“Temos que ter prudência e capacidade de ouvir. Não é uma coisa que é decidida na Suprema Corte ou no Congresso, não. É uma coisa que deve ser decidida com debate na sociedade, para que muita gente opine”, ressaltou o mandatário.
"Estamos aquém do que prometemos", diz Lula sobre queda de popularidade
O presidente comentou ainda sobre a queda em sua popularidade relatada por três pesquisas divulgadas pelos institutos Genial/Quaest, AtlasIntel e Ipec, nos últimos dias. Lula afirmou que o governo está “aquém” daquilo que foi prometido durante a campanha.
"Eu tenho certeza absoluta que não tem nenhuma razão do povo brasileiro para me dar 100% de popularidade porque ainda estamos muito aquém daquilo que prometemos. Eu sei o que prometi para o povo, eu sei os compromissos que fiz com o povo", disse o chefe do Executivo.
"Até agora, preparamos a terra, aramos, adubamos e colocamos a semente. Cobrimos a semente. Este é o ano em que vamos começar a colher o que plantamos", completou.
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