Parte das armas foi encontrada embalada em sacos pretos de plásticos e presas com fita adesiva em um carro.| Foto: Divulgação/Polícia Civil/X (antigo Twitter) governador Cláudio Castro.
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A Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCRJ) e o Exército negociaram com um integrante do Comando Vermelho (CV) e com um traficante de armas a devolução de 21 armas roubadas do Arsenal de Guerra em Barueri (SP).

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A negociação foi revelada em um depoimento do inspetor da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), Christiano Gaspar Fernandes. A informação é do jornal Metrópoles, que teve acesso ao depoimento.

O "sumiço" das armas foi confirmado à imprensa pelo Comando Militar do Sudeste no dia 13 de outubro deste ano. A ausência foi notada no dia 10 de outubro durante uma inspeção.

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Entre as armas desaparecidas, 13 são metralhadoras .50 (antiaéreas) e oito de calibre 7,62.

No depoimento, como testemunha, Fernandes teria dito que a PCRJ e o Exército usaram uma tática de contrainformação fornecendo ao “colaborador” do CV informações sobre uma operação policial que aconteceria na Cidade de Deus, favela da zona oeste do Rio de Janeiro onde estavam escondidas as armas. Em contrapartida, as armas foram devolvidas.

“A produção de contrainformações a respeito da gigantesca operação do Exército nas comunidades envolvidas; que a DRE com o EB (Exército Brasileiro) começaram a simular movimentações das tropas; que a contrainformação tinha por objetivo forçar os criminosos devolveram as armas; que a eficácia da contrainformação ficou demonstrada quando um colaborador sinalizou ao EB que as armas seriam devolvidas; que as tratativas com o colaborador evoluíram, o qual informou que as armas estariam e um carro abandonado na Gardênia, o que se confirmou”, diz um trecho do depoimento obtido pelo Metrópoles.

Parte das armas foram recuperadas no dia 19 de outubro pela PCRJ. Nenhum criminoso foi preso.

O inspetor também contou que o EB e a polícia chegaram até “Jesser”, um traficante de armas conhecido como “Capixaba”, que também passou a colaborar com as investigações.

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Outras duas metralhadoras foram recuperadas no dia 2 de novembro e, novamente, nenhum criminoso foi preso.

Na época, ao falar sobre a apreensão, a polícia disse que estava seguindo o veículo onde foram “encontradas” as armas e monitorando o condutor. Essa versão foi descartada no depoimento do inspetor.

Ao todo, 19 armas foram recuperadas. Oito delas pela Polícia Civil do Rio de Janeiro e outras nove pela Polícia Civil de São Paulo.

O Comando Militar exonerou o diretor do Arsenal roubado

No dia 19 de outubro, o Comando Militar do Sudeste anunciou que o diretor do Arsenal de Guerra de São Paulo (AGSP), tenente-coronel Rivelino Barata de Sousa Batista, seria exonerado.

Em nota, o Comando Militar do Sudeste informou que “todos os processos da Organização Militar estão sendo revistos e, paralelamente à investigação, os militares que tinham encargos de fiscalização e controle poderão ser responsabilizados na esfera administrativa e disciplinar por eventuais irregularidades”.

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Os militares envolvidos no caso receberam um Formulário de Apuração de Transgressão Disciplinar e um prazo para apresentação de suas defesas.

De acordo com o EB, os militares temporários seriam expulsos e os militares de carreira “submetidos a Conselhos de justificação ou disciplina”. Também foi instaurado um Inquérito Policial Militar, que tramita em sigilo.

Seis militares do Arsenal e três integrantes de facções criminosas são investigados pelo Comando Militar do Sudeste e pelas polícias do Rio e de São Paulo.

Os militares teriam desligado as câmeras do local e usado um carro oficial para transportar o armamento para fora do quartel.

Uma parte das armas foi endereçada ao Comando Vermelho, no Rio de Janeiro, e a outra parte ficou em São Paulo, para ser vendida a integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC).

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Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]