A Polícia Federal realizou na manhã desta sexta-feira (20) uma nova operação para identificar suspeitos que participaram, financiaram ou fomentaram as manifestações ocorridas no dia 8 de janeiro em Brasília e que terminaram com atos de vandalismo e depredações nas sedes dos Três Poderes.
Batizada de Operação Lesa Pátria, a ação da PF cumpre oito mandados de prisão preventiva e 16 mandados de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. Os mandados foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo a PF, os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.
“As investigações continuam em curso e a Operação Lesa Pátria se torna permanente, com atualizações periódicas acerca do número de mandados judiciais expedidos, pessoas capturadas e foragidas”, informou a PF em nota, que divulgou ainda o e-mail - denuncia8janeiro@pf.gov.br - para receber informações de denúncias sobre os suspeitos que participaram dos atos de vandalismo.
PF também cumpre mandados no Pará
Também nesta sexta-feira (20) a Polícia Federal cumpriu oito mandados de busca e apreensão contra manifestantes no estado do Pará. Segundo a PF, o objetivo da ação é “esclarecer os atos antidemocráticos que culminaram com a depredação das sedes dos três poderes em Brasília no dia 8 de janeiro deste ano.” Quarenta e seis policiais federais realizam ações em Belém e Ananindeua, em cumprimento as medidas cautelares expedidas pela 3ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Pará – TRF1.
De acordo com as investigações, os seis manifestantes alvos dos mandados prestaram auxílio material aos atos de vandalismo praticados no início do ano em Brasília. Eles são suspeitos de aderir, coordenar ou financiar as manifestações que terminaram com as depredações.
“A Polícia Federal monitorou grupos de excursões que partiram de Belém rumo à Capital Federal, que tinham intuito de criar desordem e invasões a prédios públicos, inclusive com possíveis ataques a órgãos e empresas no Pará. Verificou-se intensa participação de alguns extremistas que se associaram de maneira estável e permanente para incitarem publicamente o crime de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, através do encaminhamento de mensagens pelas redes sociais”, diz a PF em nota.
PF prende suspeitos de bloquear rodovias no Mato Grosso do Sul
Policiais federais também cumpriram três mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva na cidade de Dourados (MS). As ordens judiciais foram expedidas pela Justiça Federal de Mato Grosso do Sul em processo que investiga as manifestações e bloqueios em rodovias ocorridos naquela região no mês de novembro de 2022.
“No dia 18/11/2022, pessoas utilizando máscaras e veículo sem placas (retiradas propositalmente) descarregaram pneus e formaram uma barricada no local denominado Trevo da Bandeira, na BR 163 em área urbana de Dourados/MS, com a intenção de bloqueio da rodovia. Os pneus que formavam a barreira na rodovia foram incendiados, gerando grande transtorno e perigo aos que por ali transitavam, resultando, inclusive, no incêndio de um veículo e sua completa destruição”, diz a PF em nota.
“A ação desencadeada hoje tem por objeto o aprofundamento das investigações, em especial a identificação dos demais envolvidos, inclusive organizadores e financiadores do ato ilícito. O grupo de pessoas investigadas deverão responder pelos crimes de incitação ao crime), associação criminosa, desobediência e abolição violenta do Estado Democrático de Direito”, informa a corporação.
Moraes mantém prisões preventivas
Na quinta-feira (19) o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes decidiu manter a prisão preventiva de 386 acusados de participarem dos atos de vandalismo em Brasília no último dia 8. O ministro também decidiu colocar 115 investigados em liberdade, mediante a adoção de medidas cautelares.
Até o momento, foi analisada a situação de 1.075 presos. Desses, 740 tiveram a prisão em flagrante convertida em preventiva, por tempo indeterminado, e 335 foram soltos. A previsão da Corte é de conclusão da análise dos casos de todos os detidos até hoje.
Os investigados que serão soltos deverão colocar tornozeleira eletrônica, estão proibidos de sair de suas cidades e de usar redes sociais. Além disso, eles terão os passaportes cancelados e os documentos de posse de arma suspensos.
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