O novo diretor-geral da Polícia Federal (PF), Rolando Souza, começou a organizar a diretoria que atuará com ele em Brasília. Para formar a equipe ele removeu os superintendentes regionais de cinco estados: Rio Grande do Sul, Alagoas, Tocantins, Paraíba e Rio de Janeiro.
Apenas dois diretores da gestão de Maurício Valeixo continuam nos cargos. O delegado Igor Romário deve permanecer como diretor de combate ao crime organizado. E a Diretoria de Tecnologia da Informação e Inovação permanecerá com William Murad.
Veja quem é quem na nova diretoria da Polícia Federal
Novo diretor executivo da PF era superintendente no RJ
Carlos Henrique Oliveira, que era o superintendente da PF no Rio de Janeiro durante a gestão Moro, deve assumir o cargo de diretor executivo (Direx), em Brasília. Oliveira será o número 2 no comando da instituição. Ele é delegado federal desde 1999. Já atuou em diversas áreas do órgão no estado do Rio, entre elas repressão a crimes previdenciários, combate ao crime organizado.
Ele havia assumido o comando da PF no Rio de Janeiro em dezembro de 2019, após a saída de Ricardo Saad. Ponto de desacordo entre o presidente e o ex-ministro da Justiça, Sergio Moro. Carlos Henrique foi uma indicação de Maurício Valeixo. Bolsonaro queria Alexandre Saraiva no comando, que atualmente é superintendente no Amazonas.
Carlos Henrique já havia sido superintendente regional em Pernambuco. Ele é formado em direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, e em 1998 participou do curso de formação de delegados da PF. Ele ainda é pós-graduado em Gestão de Segurança Pública, pela Academia Nacional de Polícia, e mestre em operações especiais pela Escola Naval de Pós Graduação, de Monterey, na Califórnia (EUA).
Alexandre da Silveira Isbarrola será diretor de inteligência
O atual superintendente do Rio Grande do Sul, Alexandre da Silveira Isbarrola, será o novo diretor de inteligência policial (Dip). Delegado federal desde 2002, Isbarrola assumiu a chefia da PF no Rio Grande do Sul em março de 2018, no lugar de Ricardo Saad, então transferido para o Rio.
O novo diretor de inteligência é especialista nas áreas de crimes financeiros e lavagem de dinheiro. Também ministrou aulas na Academia Nacional de Polícia sobre crime organizado e investigação de desvio de recursos públicos. Gaúcho de Uruguaiana, é formado em direito pela Universidade da Região da Campanha e mestre e doutor em Direito pela PUC-RS.
Novo corregedor-geral participou da operação Spoofing
O responsável pela Corregedoria-Geral de Polícia Federal (Coger) será João Vianey Xavier Filho, que tomou posse como chefe da PF de Alagoas em fevereiro de 2020. Em 2019, como Coordenador Geral de Inteligência da PF, Vianey trabalhou com crimes financeiros e cibernéticos.
Ele foi um dos delegados que conduziu a Operação Spoofing, que investigou e prendeu suspeitos de hackear autoridades, como o ex-ministro Sergio Moro, e os procuradores da força-tarefa da operação Lava Jato.
Formado em direito pela Universidade Católica do Salvador (UCSAL), é mestrando em Ciência da Informação pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Diretoria de logística será comandada por André Viana Andrade
A Diretoria de Administração e Logística Policial (DLOG) será comandada por André Viana Andrade, superintendente da Paraíba desde novembro de 2017. Andrade teve passagens pela PF dos estados de Goiás, Pará e Espírito Santo. Ele é formado em direito pelo Centro Universitário do Triângulo Mineiro.
Durante o período que esteve à frente da PF na Paraíba comandou a operação Calvário, responsável por desarticular esquema de propina em hospitais do estado. Ele também comandou a operação Pés de Barro, que resultou na denúncia pela Procuradoria-Geral da República de sete pessoas, entre elas o deputado federal José Wilson Santiago (PTB-PB) e o prefeito de Uiraúna (PB), João Bosco Nonato Fernandes, pelos crimes de organização criminosa e corrupção e passiva. O grupo é acusado de desviar recursos públicos destinados à construção da Adutora Capivara, localizada no município paraibano, segundo o Ministério Público Federal.
Cecília Silva Franco assumirá Diretoria de Gestão de Pessoal
A Diretoria de Gestão de Pessoal (DGP) ficará com Cecília Silva Franco, atual chefe da PF no Tocantins. A delegada foi a primeira mulher a assumir o comando da instituição no estado. Em 2018, ela substituiu Arcelino Vieira Damaceno.
Atuou na PF dos estados de Mato Grosso do Sul, Espírito Santo e Goiás. No Mato Grosso do Sul conduziu uma operação que investigou fraudes em licitações e desvio de recursos públicos nos hospitais Universitário de Mato Grosso do Sul e do Câncer, de Campo Grande.
Se formou em direito pela Universidade Católica de Goiás e começou como escrivã na Polícia Federal, em 2003, em Marabá, no Pará. E começou a atuar como delegada em 2006.
Ainda não há informações sobre quem deve assumir a Diretoria Técnico-Científica (Ditec). Atualmente o responsável pelo setor é o delegado federal Fábio Augusto da Silva Salvador. A Gazeta do Povo entrou em contato com a Polícia Federal, mas ainda não obteve retorno sobre o tema.
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