A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) anunciou nesta quarta-feira (4), após deliberação em assembleia, que haverá paralisações parciais e progressivas da categoria, em datas a serem definidas. O motivo é a posição do presidente Jair Bolsonaro (PL) de "não promover a reestruturação das carreiras policiais da União, conforme havia prometido".
"A ADPF reforça a gravidade do momento e do posicionamento do presidente da República, que, depois de se comprometer publicamente e já com orçamento reservado para a reestruturação das carreiras, decidiu não honrar com a própria palavra, gerando um clima de revolta e insatisfação generalizada nunca antes visto entre os servidores da PF", diz a ADPF.
Em nota, a associação também informou que está pedindo a renúncia do ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, "pelo desprestígio e desrespeitoso tratamento dado pelo presidente da República à Polícia Federal e ao próprio ministro". Contudo, a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), entidade que representa 85% da categoria, esclarece que não participou, até o momento, de assembleia onde a renúncia do ministro tenha sido deliberada.
Leia a nota da ADPF
"A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) informa que foram aprovadas, em Assembleia Geral Extraordinária realizada entre os dias 2 e 3 de maio, medidas propostas pela categoria como resposta ao posicionamento do presidente da República, Jair Bolsonaro, de não promover a reestruturação das carreiras policiais da União, conforme havia prometido.
Entre os pontos aprovados pelos Delegados de Polícia Federal está a realização de paralisações parciais e progressivas, cujo calendário será definido em conjunto com as demais categorias da Polícia Federal. Foram aprovadas, ainda, ações de mobilização e conscientização da população durante as atividades administrativas, como controle imigratório, de armas, de produtos químicos e segurança privada, realizadas pela PF.
Os Delegados de Polícia Federal aprovaram ainda o pedido de renúncia do cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública ao Delegado de Polícia Federal Anderson Gustavo Torres pelo desprestígio e desrespeitoso tratamento dado pelo presidente da República à Polícia Federal e ao próprio ministro.
Ademais, ficou decidido pela categoria que os associados poderão entregar cargos de chefia e recusar convites para assumir novos postos.
A ADPF reforça a gravidade do momento e do posicionamento do presidente da República, que, depois de se comprometer publicamente e já com orçamento reservado para a reestruturação das carreiras, decidiu não honrar com a própria palavra, gerando um clima de revolta e insatisfação generalizada nunca antes visto entre os servidores da PF.
A entidade continuará alertando à sociedade que a desvalorização dos Policiais Federais implica, diretamente, no enfraquecimento do combate à corrupção e ao crime organizado.
É vergonhoso, sobretudo em um governo que se dizia pautar pela segurança pública o atual estágio a que estão submetidos os policiais, com significativas perdas como: desamparo a família do policial morto em serviço; redução real do salário, ante o aumento da alíquota da contribuição previdenciária; trabalho em regime de sobreaviso NÃO remunerado ou compensado; diárias cujos valores não pagam todos os gastos do policial com hospedagem, alimentação e transporte durante a missão, tendo o servidor que custear o restante com o próprio salário; ausência de profissionais capacitados para dar apoio psicológico aos servidores (há 12 psicólogos em toda a polícia federal para atender 12 mil policiais), quando a Polícia Federal possui um dos maiores índices de licença por transtornos psicológicos, incluindo suicídios, em toda a esfera federal.
É importante destacar que a segurança pública foi a MAIOR bandeira de campanha do governo Bolsonaro e o destacado trabalho das forças de segurança vem sendo utilizado, indevidamente, pelo presidente como instrumento de marketing para a sua reeleição. Os policiais federais merecem respeito. Investir em Segurança Pública é investir em seu principal ativo: o policial.
Na Polícia Federal aprendemos desde cedo os valores da ética, da palavra e da honra. Esperamos que esses valores também sejam compartilhados por todos os integrantes do Governo Federal. Continuaremos coesos na busca pelo cumprimento da palavra empenhada".
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