Policiais federais planejam mobilização por reestruturação da carreira

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A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) informou que os policiais federais farão uma mobilização nesta quinta-feira (26) pela aprovação da reestruturação das carreiras da categoria. Em nota, divulgada nesta quarta (25), a entidade anunciou que os atos serão realizados nas superintendências regionais e demais unidades da PF espalhadas pelo Brasil. A manifestação foi batizada de “Dia D”.

“Os policiais e servidores administrativos da PF denunciam a falta de compromisso do Governo Federal com a proposta do órgão e do Ministério da Justiça de valorização das carreiras”, diz o comunicado. Segundo os agentes, a proposta que trata da reestruturação da corporação foi enviada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública no início do ano pelo diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues.

"A mensagem reverberada pelas categorias é de que o atual Governo Federal mantém o mesmo descaso e a mesma falta de prioridade com os Policiais Federais que marcaram a gestão do governo anterior", ressaltou a ADPF.

Durante uma assembleia, os policiais aprovaram outras mobilizações: dos dias 6 a 10/11 eles participaram de mobilização durante a sessão solene da Câmara dos Deputados relativa ao Dia do Policial Federal; no dia 16/11 será feita uma paralisação em frente ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, em Brasília, e nas unidades da PF, paralela às comemorações do dia do policial federal.

Segundo a PF, a programação foi motivada após o cancelamento de uma reunião que deveria ter ocorrido na última segunda-feira (16) entre o Secretário de Relações do Trabalho do Ministério da Gestão e da Inovação, José Lopez Feijóo, e as entidades, que serviria para tratar sobre o tema. O secretário justificou que, como “o governo ainda não teria encontrado a forma orçamentária para implementação da reestruturação, não seria possível realizar o encontro”, diz a nota da corporação.

“Ele [o secretário] também ressaltou que o presidente Lula tem cobrado a ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, mas que ainda não acharam a solução, e que a reunião seria marcada tão logo tivessem resposta. Para as entidades, entretanto, a sinalização é de protelação e desrespeito com essas categorias”, disseram os representantes dos policiais federais.

"Após o dia 26, as entidades vão avaliar todas as possibilidades, ouvindo as bases, que estão indignadas com os acontecimentos. Tudo vai depender de atos concretos. Já passou da hora dos governantes entenderem que é preciso olhar para a Polícia Federal como uma instituição que tem um papel fundamental para o país, sobretudo nos momentos de crise da segurança pública. Isto que está acontecendo, mais uma vez, é um total descaso com o componente humano da PF”, afirmou o presidente da ADPF, Luciano Leiro.

De acordo com a entidade, em pelo menos 10 estados, policiais civis têm uma remuneração maior do que as dos delegados da PF. Outro descontentamento da classe seria o excesso de atribuições aos policiais, como controle das armas, apostas, segurança de autoridades, combate aos crimes ambientais e organizado. Além disso, estariam faltando equipamentos e proteção para os agentes.