O presidente da República empossado Luiz Inácio Lula da Silva (PT) subiu a rampa do Palácio do Planalto e recebeu a faixa presidencial oficialmente pouco antes das 17 horas deste domingo (1º). Coube a um grupo de oito pessoas escolhidas para representar a população a tarefa de colocar a faixa que representa o poder Executivo e que tradicionalmente é entregue pelo antecessor no cargo. Mas o agora ex-presidente Jair Bolsonaro se recusou a participar do ato e viajou para fora do Brasil na última sexta-feira (30).
Em seguida, Lula fez um segundo discurso a milhares de militantes que se posicionaram em frente ao palácio, na Praça dos Três Poderes, cuja presença, por medida de segurança, foi limitada em 40 mil pessoas. O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), a primeira dama Janja e Lu Ackmin, esposa do vice-presidente, estavam ao lado de Lula no Parlatório, que falou por cerca de 30 minutos.
Disse que irá governar para todos os brasileiros e não apenas para quem votou nele, independentemente de visões políticas diferentes. “Vou governar para todos olhando para o nosso luminoso futuro em comum e não pelo retrovisor de um passado de divisão e intolerância. A ninguém interessa um país em permanente pé-de-guerra. É hora de relatar os laços com amigos e familiares rompidos pelo discurso de ódio e pela disseminação de tantas mentiras. A disputa eleitoral acabou”, disse.
Depois, já dentro do Palácio do Planalto, passou a receber os cumprimentos de representantes de delegações estrangeiras presentes na cerimônia. Em seguida, empossou os 37 ministros que vão compor o seu governo e seguiu para uma recepção de gala no Palácio do Itamaraty, encerrando oficialmente o dia da posse.
Perto dali, na Esplanada dos Ministérios, milhares de pessoas acompanham os shows musicais do Festival do Futuro, organizado pelo PT e que deve avançar a madrugada de segunda-feira (2).
Lula e Alckmin fazem o juramento constitucional no Congresso
Antes de se dirigir ao Planalto, Lula e Geraldo Alckmin (PSB) tomaram posse como presidente e vice-presidente da República em sessão solene no Congresso Nacional. Eles fizeram o juramento constitucional às 15h05 e assinaram o termo de posse na sequência.
Posteriormente, Lula começou a discursar no plenário da Câmara dos Deputados às 15h15. O presidente criticou a gestão do antecessor Jair Bolsonaro (PL) e disse que vai revogar os decretos sobre armas. Ele também falou sobre o combate à fome, proteção da Amazônia e aos povos indígenas, reestruturação da cultura, revogação do teto de gastos, entre outros temas.
A sessão do Congresso foi aberta por Rodrigo Pacheco (PSD), presidente do Senado e do Congresso, às 15 horas, com homenagens póstumas ao papa emérito Bento XVI e a Pelé, maior jogador de futebol da história. Foi respeitado 1 minuto de silêncio.
Na sequência, o Hino Nacional foi executado pela Banda dos Fuzileiros Navais e depois Lula e Alckmin fizeram o juramento constitucional como presidente e vice-presidente eleitos pelo voto popular e diplomados pela Justiça Eleitoral.
Após esse rito, o deputado Luciano Bivar (União Brasil), 1º Secretário da Câmara, fez a leitura do termo de posse. Além de Lula e Alckmin, as autoridades da Mesa da cerimônia no Congresso também fizeram a assinatura do termo de posse.
Os ex-presidentes José Sarney e Dilma Rousseff estavam no Congresso para acompanhar a posse. Da mesma forma, autoridades estrangeiras, parlamentares e ministros do governo Lula.
Além deles, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Alexandre de Moraes também acompanham a posse de Lula e Alckmin, além de deputados federais, senadores e futuros ministros de Estado..
Pacheco também discursou e ressaltou a importância da pacificação do Brasil e da união nacional. Ele falou sobre os desafios do novo governo e a importância da democracia. O presidente do Congresso também destacou a atuação da Justiça Eleitoral e do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, nas eleições 2022. O discurso foi encerrado às 16h05, quando o senador encerrou a cerimônia no Congresso.
Desfile em carro aberto, como manda a tradição
Antes disso, Lula, a primeira-dama, Janja Silva, Alckmin, e a vice-primeira-dama, Lu Alckmin, desfilaram em carro aberto por Brasília na tarde deste domingo (1º). O cortejo presidencial saiu da Catedral de Brasília às 14h30 e seguiu até o Congresso Nacional.
Lula, Alckmin e suas esposas decidiram desfilar no Rolls-Royce. Eles acenaram para os apoiadores durante o trajeto. A segurança foi reforçada.
Eles chegaram ao Congresso por volta das 14h40 e foram recepcionados pelos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP).
Homem é preso em Brasília
Um homem foi preso em Brasília, neste domingo (1º), quando tentava entrar na Esplanada dos Ministérios com uma faca e fogos de artifício. Esse é um dos locais em que o público acompanha a posse do presidente Lula e de Alckmin. A informação foi veiculada pela CNN Brasil nesta tarde, por volta das 13h25.
A prisão foi efetuada pela Polícia Militar do Distrito Federal, no período da manhã, durante as ações de revista para o público que pretende a acompanhar a posse. Ele saiu do Rio de Janeiro com direção ao DF.
Maduro não participa da posse de Lula
O ditador Nicolás Maduro, da Venezuela, não deve vir ao Brasil para a posse de Lula. A informação foi publicada por O Globo e G1. A Venezuela deve ser representada na posse por Jorge Rodriguez, presidente da Assembleia Nacional.
O motivo da desistência da vinda de Maduro ao Brasil não foi informado, mas teria relação com a sanções impostas pelos Estados Unidos, de acordo com o Uol. Devido ao embargo, uma empresa que fornecesse combustível para a aeronave do ditador, por exemplo, estaria sujeita a punições por parte do governo americano.
A vinda de Maduro no Brasil está autorizada desde sexta-feira, quando o governo de Jair Bolsonaro (PL) decidiu revogar uma portaria que impedia sua entrada no país.
Rei da Espanha em Brasília
O rei Felipe VI, da Espanha, chegou a Brasília neste domingo (1º) para acompanhar a cerimônia de posse de Lula. No avião da Aeronáutica da Espanha também viajaram o ministro das Relações Exteriores, José Manuel Albares, mas não a vice-presidente e ministra do Trabalho, Yolanda Díaz, que fazem parte da comitiva oficial espanhola na chegada à capital federal, de acordo com a EFE.
Esta é a primeira vez em que Felipe VI pisa no Brasil desde que substituiu Juan Carlos I no trono espanhol, em junho de 2014. A última vez havia sido em 2011, três meses antes da abdicação do pai, quando, na posição de príncipe das Astúrias, assistiu à posse da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Antes disso, havia estado em Brasília em 2003, quando Lula assumiu o poder em seu primeiro mandato.
Na posse do presidente Jair Bolsonaro (PL), há quatro anos, a Espanha foi representada pela então presidente do Congresso, Ana Pastor.
Além do monarca espanhol, são esperados pelo menos 19 chefes de Estado e de governo, entre eles os de Argentina, Bolívia, Colômbia, Chile, Equador, Paraguai, Uruguai, Alemanha e Portugal.
Fila e shows
Apoiadores do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), formaram filas para acessar a Praça dos Três Poderes, em Brasília, na manhã e tarde deste domingo (1.º). O número de pessoas na praça foi limitado a 30 mil por questões de segurança. A lotação foi atingida por volta das 13 horas. Todos foram revistados para acessar o local.
A fila começou a se formar por volta das 5 horas. Após esse horário, a entrada foi fechada por causa da segurança das autoridades e chefes de Estado que irão seguir para a posse de Lula.
O restante do público ficará no gramado da Esplanada dos Ministérios e poderá acompanhar as atrações do Festival do Futuro. O evento teve início às 10 horas, com um cortejo popular. Os shows estavam previstos para começar às 11 horas, mas tiveram início por volta das 12h45. Eles seguem ao longo de todo o dia, mas serão interrompidos nos momentos das solenidades da posse de Lula e Alckmin.
Programação da posse
A programação da posse de Lula começou às 13h30, com a chegada de autoridades e representantes ao Congresso Nacional. Às 14h30 ocorreu a saída da Catedral Metropolitana de Brasília do cortejo que levou Lula Alckmin (PSB) em carro aberto pela Esplanada dos Ministérios rumo ao prédio do Congresso.
No Congresso Nacional, Lula, Alckmin e suas respectivas esposas foram recebidos pelos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). De acordo com o cronograma previsto pela transição, esse desfile deve demorar cerca de 10 a 15 minutos.
Às 15 horas, foi aberta a sessão solene da posse no Congresso Nacional, com a execução do hino nacional, feito o juramento de respeito à Constituição e a leitura e assinatura do termo de posse do presidente e do vice-presidente da República eleitos. Em seguida, teve início o pronunciamento de Lula. Essa parte da cerimônia deve durar cerca de uma hora. O presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco, também discursou na cerimônia de posse.
Após a sessão no Congresso Nacional, Lula seguirá para o Palácio do Planalto, por volta das 16h20, onde deve subir a rampa e fazer um discurso no Parlatório para o público presente na Esplanada dos Ministérios. O local é onde, tradicionalmente, ocorre a passagem da faixa presidencial. Neste ano, no entanto, não haverá a participação do presidente Jair Bolsonaro, que se negou a participar e viajou para os Estados Unidos na última sexta-feira (30), antes mesmo do fim do seu mandato.
Após a troca de faixa, Lula seguirá para o Itamaraty, onde irá confraternizar com os chefes de Estado que confirmaram presença na posse. Ao todo, estão confirmadas 65 delegações de chefes e vices-chefes de Estado, de Governo e de Poder, além de ministros de negócios estrangeiros e enviados especiais. O evento contará ainda com a presença de representantes de organismos internacionais.
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