Há mais de 600 dias sem estar filiado a um partido político, Jair Bolsonaro enfrenta resistências em diversas legendas que já foram apontadas como possíveis destinos para que o presidente da República possa disputar a reeleição no ano que vem. As informações são do jornal O Globo, que ouviu lideranças do PP, legenda que ganhou espaço no governo com a indicação do senador Ciro Nogueira para a Casa Civil, e apontou as objeções de membros do partido à presença de Bolsonaro entre seus quadros.
O plano original de Bolsonaro era criar um partido, o Aliança pelo Brasil. O projeto, no entanto, não se concretizou. As formalidades para a constituição de uma legenda no país são várias e incluem recolhimento de assinaturas de eleitores, o mesmo entrave que Marina Silva enfrentou em 2014 – à época, ela não conseguiu tirar do papel sua Rede Sustentabilidade e filiou-se ao PSB para ser vice na chapa encabeçada por Eduardo Campos; com a morte do pernambucano em um acidente aéreo, Marina se tornou a candidata do partido. A Rede só passou a existir oficialmente em 2015.
Mesmo com mais espaço no governo e a aliança entre Bolsonaro e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), os parlamentares do PP ouvidos pelo jornal O Globo afirmam que seria impossível dar a Bolsonaro o controle que ele gostaria de ter sobre a estrutura partidária, tanto nacionalmente quanto em diretórios regionais – esta tentativa de controle foi o pivô do conflito que levou Bolsonaro a deixar o PSL, partido pelo qual se elegeu ao Planalto em 2018 e que ficou rachado entre a ala bolsonarista e o grupo ligado ao presidente da legenda, Luciano Bivar. Um dos polos de disputa seria São Paulo: Bolsonaro gostaria de colocar o filho Eduardo no comando do diretório estadual, mas o partido é aliado do governador tucano João Doria, adversário político do presidente da República. Além disso, parte do PP, principalmente no Nordeste, pretende apoiar a candidatura do ex-presidente Lula.
Como alternativa, segundo O Globo, Lira e Nogueira estariam tentando costurar uma filiação a outras legendas. A dupla teria tentado convencer Bivar a aceitar Bolsonaro de volta no PSL, mas não teve sucesso. Em live na quinta-feira, o presidente da República disse ter conversado com José Maria Eymael, do Democracia Cristã – neste século, Eymael só não foi candidato à Presidência em 2002. Outros partidos, de acordo com o jornal carioca, também têm restrições a Bolsonaro. No Republicanos, ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, há insatisfação quanto ao que a legenda classifica como inação do governo no caso dos pastores expulsos de Angola; e o PL também tem uma ala favorável a Lula, além de considerar que a ministra Flavia Arruda, da Secretaria de Governo, não é suficientemente prestigiada.
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