A prefeitura de Belo Horizonte desmontou na manhã desta sexta-feira (6) um acampamento de manifestantes que estava montado há 50 dias na frente do quartel general do Exército na avenida Raja Gabaglia. A ação contou com a participação de agentes de fiscalização urbana e da Guarda Municipal, além de 200 profissionais de diversas áreas.
"A via, que estava ocupada por estrutura irregular instalada por manifestantes, foi liberada por equipes municipais para garantir o direito constitucional da população de ir e vir", justificou a prefeitura em nota publicada em seu site oficial. A capital mineira é administrada pelo prefeito Fuad Noman (PSD).
No Twitter, ele citou a agressão a um jornalista no local e afirmou que não é possível tolerar essa escada de violência. “A Prefeitura de BH e a Guarda Municipal, cumprindo com suas funções, realizaram hoje uma operação para desobstruir a Av. Raja Gabaglia. No mesmo local ontem, um jornalista foi brutalmente agredido enquanto exercia sua profissão! Não podemos tolerar essa escalada de violência”, publicou Noman.
Durante a operação alguns manifestantes se recusaram a deixar o local e reagiram, tentando impedir a retirada de barracas, lonas, bandeiras e estruturas utilizadas para alimentação. Apesar disso, não houve confronto e ninguém ficou ferido.
Segundo a prefeitura, o Exército e a Polícia Militar foram previamente avisados da intervenção. Durante a ação, inicialmente, as equipes orientaram os envolvidos a remover do espaço público os mobiliários, inclusive banheiros químicos, e produtos que estavam ocupando irregularmente o passeio ou a via. A recomendação não foi acatada, sendo necessária então a apreensão dos materiais pelos fiscais.
Foram utilizados três caminhões para retirar todos os objetos. No momento em que os veículos deixavam o local, algumas pessoas bloquearam a via e tentaram impedir sua saída, sem sucesso.
De acordo com o secretário de Segurança e Prevenção, Genilson Zeferino, a operação foi minuciosamente programada. “Nós fomos para essa ação após um extenso planejamento com as equipes. Às 3h chegou uma carga de alimento para eles e nós contabilizamos a quantidade de pessoas. A oportunidade de fazer a operação hoje se deu por percebermos um menor número de pessoas no local”, disse.
Segundo informações da Folha de S.Paulo, um representante do Exército que acompanhou a ação afirmou que os manifestantes poderiam permanecer em frente ao quartel, mas que nenhum tipo de estrutura poderia ser montada no local em razão das determinações da prefeitura. A prefeitura, por sua vez, afirma que equipes continuaram monitorando a área.
Recentemente outro acampamento em frente ao quartel do Exército de Brasília também teve parte de sua estrutura retirada. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB) declarou que a pasta da Defesa, comandada por José Múcio Monteiro Filho, tenta negociar a saída dos manifestantes do local. Mas, segundo Dino, se o diálogo não der resultado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) será consultado sobre a possibilidade da retirada coercitiva, ou seja, à força, do grupo.
- Como Lula, Exército e governo do DF atuam para desmobilizar os acampamentos em área militar
- Dino afirma que Defesa negocia fim do acampamento e cita “coercitividade” caso não haja acordo
- Exército retira caixas d’água de acampamento montado em frente a quartel de Brasília
- Exército aborta remoção de barracas de QG após reação de manifestantes
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e apoiadores reagem a relatório da PF que indiciou 37. Assista ao Entrelinhas
Deputados da base governista pressionam Lira a arquivar anistia após indiciamento de Bolsonaro
Otan diz que uso de míssil experimental russo não vai dissuadir apoio à Ucrânia
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF