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Depoimento ao STF

“Preferia ter morrido no lugar da Marielle”, diz Domingos Brazão

“Preferia ter morrido no lugar da Marielle”, diz Domingos Brazão
Domingos Brazão disse que Ronnie Lessa, que o apontou como mandante do crime, fez mais mal à sua família do que à de Marielle. (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados.)

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O conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ) Domingos Brazão disse que preferia ter morrido no lugar da vereadora Marielle Franco (Psol). Ele prestou depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), que conduz a investigação sobre o assassinato da parlamentar e do motorista Anderson Gomes, em 2018.

Domingos e seu irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão, são apontados como supostos mandantes do atentado. O processo tem como base a delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa, que confessou a autoria do crime. Para o conselheiro, Lessa fez um “mal maior” à sua família do que à de Marielle.

“Se esse homem tivesse me matado no lugar da Marielle, ele teria causado um mal menor à minha família. O que ele está fazendo com a minha família é um mal maior do que se ele tivesse me matado no lugar da Marielle”, disse Brazão.

“Preferia ter morrido no lugar da Marielle. Pelo menos teria morrido com dignidade. O que ele está fazendo com a nossa família é nos enterrar vivo… O que ele fez com a gente foi pior do que o que ele fez com a família da Marielle e do Anderson. Não sei como ele dorme”, acrescentou.

Assim como o irmão, o conselheiro do TCE-RJ chorou durante o interrogatório conduzido pelo juiz Airton Vieira, que faz parte da equipe do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso. Brazão também negou conhecer Lessa pessoalmente.

Questionado sobre qual motivo poderia ter levado um desconhecido a incriminá-lo, o conselheiro disse que o ex-policial estava se sentindo encurralado e viu oportunidade após a imprensa divulgar que os Brazão foram citados nas investigações, informou a Agência Brasil. Chiquinho prestou depoimento nesta segunda (21).

Domingos classificou a investigação como “açodada” e disse não ter sido ouvido. “Esse grupo responsável pela investigação, não sei se de maneira açodada ou por empolgação, não nos ouviu. Não nos foi dada a oportunidade de ser ouvido… Não houve um trabalho profundo”, ressaltou.

Além dos irmãos Brazão, o ex-chefe da Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa e o major da Polícia Militar Ronald Paulo de Alves Pereira também são réus pelo assassinato de Marielle e Anderson. Eles respondem pelos crimes de homicídio e organização criminosa e estão presos por determinação de Moraes.

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