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Demarcação de terras indígenas

Presidente da CPI das ONGs critica pressão internacional contra votação do marco temporal no Senado

Senadores divergem sobre pressão internacional no rojeto do marco temporal para demarcação de terras indígenas
Plenário do Senado Federal: senadores divergem sobre pressão internacional sobre projeto do marco temporal (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)

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A pressão internacional sobre pautas legislativas e ações do governo brasileiro têm se intensificado. O mais recente episódio se deu pela votação do projeto de lei que prevê o estabelecimento de um marco temporal para a demarcação de terras indígenas no Brasil. Deputados de países como a Alemanha e representantes do Parlamento Europeu se manifestaram em cartas ao Senado Federal após a aprovação do projeto na Câmara dos Deputados. Endereçadas ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), as cartas expressam “preocupação” com a possibilidade de aprovação do marco temporal na Casa.

O texto chegou ao Senado, após a aprovação na Câmara dos Deputados, em 1º de junho. Diante da pressão internacional e de parlamentares contrários à proposta, no entanto, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, sinalizou que a tramitação seguirá o rito normal, com “cautela e prudência”.

Para o senador Plínio Valério (PSDB-AM), presidente da CPI das ONGs, as cartas de deputados europeus são um “desrespeito total”. "Mostra a prepotência dessa gente que continua insistindo e querendo nos tratar como colônia. Por isso que a gente está pregando que a nossa luta é contra a nação colônia. Eles jamais fariam isso com o Parlamento Europeu. Essa pressão é vergonhosa, é desrespeitosa”.

Além disso, Valério acredita que acatar a carta dos parlamentares europeus seria vergonhoso para o Senado. “Se depender do meu protesto, ele não vai ceder à pressão. A gente tem que protestar contra isso, dizer que está é errado e que a gente não aceita. Daí a necessidade urgente da nossa CPI das ONGs, porque nós vamos mostrar que eles fazem isso já no meio do mato”, disse o senador amazonense.

Senadores querem que projeto do marco temporal seja analisado por mais comissões

Embora Pacheco tenha despachado o projeto do marco temporal para análise em duas comissões do Senado, a de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) e de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), há senadores que querem que a matéria seja analisada por mais comissões. É o caso do senador Fabiano Contarato (PT-ES) que apresentou requerimento para que a proposição tramite também na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) e na Comissão de Meio Ambiente (CMA).

Contarato, ao contrário de Valério, concorda com os parlamentares europeus e reforça os argumentos apresentados por eles. “O que as ONGs e os líderes europeus têm falado é o que venho afirmando desde o início do debate e do andamento do projeto de lei do marco temporal: a proposta é uma tentativa de aniquilar os povos indígenas. Muito mais do que a retirada de direitos legítimos, é um ataque aos povos originários, historicamente violentados e expulsos de suas terras”, disse o senador capixaba.

O petista destacou ainda a importância de dar respostas ao mundo sobre o projeto do marco temporal. “Ao dizer não ao marco temporal, o Brasil demonstrará ao mundo que deixou de retroceder e violentar os povos que são a origem da nossa história”, afirmou.

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