O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, foi citado em uma delação do empresário Orlando Diniz, ex-presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio (Fecomercio-RJ). Um documento obtido pelo canal CNN Brasil mostra que Santa Cruz teria solicitado a Diniz, em 2014, dinheiro “em espécie” para a campanha à reeleição da OAB-RJ.
À época, diz o canal de TV, Diniz afirmou não ter os recursos. No entanto, um contrato de fachada entre a Fecomércio-RJ e um indicado do presidente da OAB, Anderson Prezia, foi feito no valor de R$ 120 mil. Diniz afirma que “Anderson Prezia não prestou serviços efetivamente, uma vez que as causas já estavam cobertas por outros escritórios”, segundo o documento.
"Homem da mala" de Santa Cruz
Na delação, Diniz afirma que Prezia era conhecido como o “homem da mala” de Santa Cruz. Segundo a delação do empresário, os recursos tinham o “único objetivo de repassar recursos para as campanhas internas de Felipe Santa Cruz na OAB” e “foi um primeiro movimento, uma espécie de ‘gesto de boa vontade”, segundo Diniz.
Ainda de acordo com a delação do empresário da Fecomércio-RJ, o objetivo da aproximação com Santa Cruz visava se manter no comando da entidade visando a Confederação Nacional do Comércio (CNC).
De acordo com o documento obtido pelo canal de TV, um dos sindicatos que fazia oposição a Fecomércio-RJ passou a ter Santa Cruz no comando, segundo “o diretor da Fecomércio Napoleão Veloso, presidente do Sindicato de Gêneros Alimentícios do Rio de Janeiro” e “o advogado Carlos Américo Pinho, que prestava serviços para Napoleão Veloso”.
Ex-presidente da Fecomércio-RJ foi preso
Em 2018, o empresário Orlando Diniz foi preso no Rio de Janeiro durante a Operação Jabuti, um desdobramento da Lava Jato. De acordo com as investigações, segundo a CNN, mais de R$ 100 milhões foram gastos em contratos irregulares com escritórios de advocacia para se manter à frente da entidade.
O Ministério Público Federal (MPF) não quis se manifestar sobre o caso. Já a defesa do empresário da Fecomércio-RJ diz que vai se manifestar nos autos do processo.
Em nota, o presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, afirmou à CNN Brasil que “está clara a intenção de destruir reputações para tentar escapar de penas pesadas às quais são submetidos aqueles que, como o pretenso delator, cometem crimes”.
Já a defesa de Anderson Prezia diz que “não prestou serviços para Orlando Diniz, e sim para a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio de Janeiro”, em 2016, “para atuar em processos trabalhistas no TRT e TST”. Prezia e Santa Cruz não era sócios na época, segundo a nota.
Lava Jato faz operação envolvendo Sistema S
Uma operação da força-tarefa Lava Jato nesta quarta-feira (9) cumpre mandados de busca e apreensão em escritórios de advocacia para investigar o suposto desvio de R$ 151 milhões do Sistema S do Rio - que é composto pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio (Fecomércio-RJ), Sesc e Senac. O empresário Orlando Diniz, ex-presidente da entidade, é apontado como chefe do esquema.
Entre os alvos, estão os advogados Roberto Teixeira, amigo do ex-presidente Lula, e Cristiano Zanin Martins, responsável pela defesa do petista nos processos da Lava Jato. Outros alvos são Frederick Wassef, ex-advogado da família Bolsonaro, e a advogada Ana Tereza Basilio, que defende o governador afastado do Rio Wilson Witzel.
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