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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, não aplaudiu Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enquanto o presidente brasileiro fazia seu discurso na 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas nesta terça-feira (18). Lula foi aplaudido cinco vezes pela plateia, mas Zelensky se manteve indiferente.
Além disso, diversas vezes o ucraniano foi visto mexendo no celular e conversando enquanto o brasileiro fazia seu pronunciamento, demonstrando total desinteresse pelas palavras do petista.
O comportamento de Zelensky foi bem diferente quando Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, discursou. O ucraniano parecia interessado em ouvir o que o presidente americano tinha a dizer e aplaudiu quando Biden condenou a Rússia e disse que somente Putin poderia colocar um fim na guerra.
A relação entre Lula e Zelensky não tem sido amigável. Declarações do petista de que a Ucrânia seria tão culpada pela guerra quanto a Rússia e os acenos que fez ao líder russo Vladimir Putin desde que assumiu o Palácio do Planalto criaram atritos entre os governos brasileiro e ucraniano.
Lula, inclusive, já declinou um convite de Zelensky para uma reunião bilateral durante a Cúpula do G7, em maio, no Japão, alegando "problemas de agenda". Na Assembleia-Geral desta semana, porém, os dois tentarão uma aproximação. Nesta quarta-feira (20), eles têm um encontro marcado para conversar pela primeira vez. Conforme revelou o Itamaraty à imprensa, Lula planeja "ouvir" o que Zelensky tem a dizer.
Em seu discurso na ONU, Zelensky condena a Rússia
O presidente da Ucrânia, pela primeira vez, discursou de forma presencial durante a Assembleia-Geral da ONU. Em 2022 Zelensky também participou do encontro mas por videochamada. Neste ano, ele foi aclamado pelo público enquanto caminhava para o palanque para iniciar seu discurso.
Ele fez uma série de denúncias contra Moscou e disse que crianças ucranianas estão sendo sequestradas e levadas para a Rússia. “Tentamos trazer as crianças de volta, mas o tempo está passando. O que acontecerá com elas? Essas crianças aprendem a odiar a Ucrânia. Isso é um genocídio, quando usam ódio contra uma nação, sempre tem continuação", disse.
"Precisamos nos unir para derrotar o agressor e canalizarmos a energia para responder a esse desafio. Se as armas nucleares precisam ser restringidas, toda a guerra pode ser a guerra final, mas temos que nos garantir que agressão não acontecerá novamente”, afirmou Zelensky.