Marcio Pochmann afirma que IBGE sofre ataques de servidores e ex-servidores com acusações levianas.| Foto: Sebastião Moreira/EFE
Ouça este conteúdo

O atual presidente do IBGE, o economista Marcio Pochmann, divulgou uma nota na noite desta quarta (16) para rebater as críticas de servidores e do sindicato da categoria que apontam falta de diálogo com o quadro técnico e o Conselho Diretor. A manifestação ocorre em meio a uma crise que levou à saída dos diretores Elizabeth Hypolito e João Hallak Neto, do setor de Pesquisas, em cargos considerados estratégicos no instituto.

CARREGANDO :)

No comunicado, o IBGE condena o que seriam “ataques de servidores e ex-servidores, instituições sindicais, entre outros” e afirma que poderá recorrer à Justiça contra o que classifica como “desinformação e mentiras”.

“São condenáveis os ataques de servidores e ex-servidores, instituições sindicais, entre outros, que têm espaço na internet e em veículos de comunicação para divulgar mentiras sobre o próprio IBGE”, disse em nota (veja na íntegra).

Publicidade

Para a presidência do IBGE, a acusação “levianamente gerada sobre a possibilidade de manipulação de dados em uma casa técnica é um ataque direto à credibilidade do IBGE”. O texto também menciona que a direção do instituto seguirá o exemplo do Supremo Tribunal Federal (STF) e da Advocacia-Geral da União (AGU) no combate à desinformação.

As críticas foram intensificadas após a mudança de três diretorias de um prédio no Centro do Rio para o Horto, na Zona Sul do Rio de Janeiro, e a criação da Fundação IBGE+. Segundo o sindicato, a transferência foi feita sem consulta adequada aos diretores das áreas e sem comprovação de economia.

Em resposta, o IBGE afirmou que a mudança resultará em uma economia anual de 84% em relação aos R$ 15 milhões gastos anteriormente em aluguel e manutenção. “Os servidores e servidoras desta unidade deverão trabalhar presencialmente no prédio do Serpro apenas dois dias por semana”, destacou o comunicado citando um “conflito entre interesses públicos e institucionais e interesses privados e individuais”.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]

Quanto à Fundação IBGE+, criticada por servidores por ser implementada sem consulta aos quadros técnicos, a presidência negou a acusação e afirmou que os diretores acompanharam as discussões, aprovaram os documentos e assinaram a ata de criação da Fundação, registrada em cartório e aprovada por unanimidade.

Publicidade

Por outro lado, o sindicato argumentou que a fundação, de direito privado, abre espaço para interferências de interesses privados no sistema geoestatístico nacional.

Outro ponto de tensão foi a mudança no regime de trabalho, com o fim do home office e a adoção do modelo híbrido. A presidência justificou a decisão afirmando que a maioria dos institutos nacionais de estatística já retornou ao trabalho presencial até o ano de 2023.

“O IBGE era uma das exceções, ainda que com uma peculiaridade: parte significativa da força de trabalho que atua na coleta dos dados já havia retornado ao trabalho presencial integral, nos cinco dias úteis da semana, além de superintendentes, chefes de agências, setores administrativos e diretores”, completou.