O palácio do Itamaraty informou, na última quinta-feira (29), que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está perto de concluir uma tréplica para entregar à União Europeia em relação às negociações para acordo comercial entre o Mercosul e o bloco econômico europeu. Prestes a assumir a presidência rotativa do Mercosul, o petista deve retomar o fôlego nas negociações entre os blocos, que há mais de 20 anos tentam fechar um acordo.
Nesta semana, Lula viaja à Argentina para participar da 62ª Cúpula do Mercosul e Países Associados, ocasião em que representantes dos países-membros devem debater o acordo de livre comércio com o bloco europeu. “O Lula se envolveu diretamente com o tema e estamos próximos de apresentar uma resposta ao Mercosul para, então, levarmos à União Europeia”, informou um membro do Ministério das Relações Exteriores.
Ainda que o pacto cause grande expectativa, os líderes sul-americanos não devem apresentar um novo texto nesta reunião. "O governo brasileiro está terminando sua avaliação de pontos específicos dos textos herdados de 2019 e do documento adicional, traduzindo as instruções do presidente Lula para um documento que será apresentado primeiro aos parceiros do Mercosul e depois à União Europeia", disse o embaixador Maurício Lyrio, secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros.
Segundo Lyrio, o processo não é rápido e exige cuidados, mas o governo brasileiro está "muito próximo de apresentar suas avaliações aos parceiros do Mercosul”. Em 2019, o bloco sul-americano finalizou um documento de livre comércio e o entregou à União Europeia, que não aceitou a proposta e solicitou que novas condições fossem acrescentadas ao texto.
Com as negociações ainda travadas, o presidente Lula se encontrou, no mês passado, com o presidente francês, Emmanuel Macron, e o acordo foi tema da bilateral entre os líderes. O presidente francês é um dos principais responsáveis por barrar as negociações entre os blocos.
Na cúpula desta semana, Lula assumirá a presidência temporária do bloco sul-americano pelos próximos seis meses, e as negociações podem ganhar um novo contexto. Além disso, a Espanha passa a assumir a presidência do Conselho da União Europeia na segunda metade deste ano – o país é um dos maiores entusiastas do acordo, e o novo cenário pode facilitar as negociações.
Integração entre Mercosul e países associados
Durante a cúpula na Argentina, o governo brasileiro também tem interesse em discutir a integração da América do Sul. "A integração é fundamental para o desenvolvimento dos nossos países", disse a embaixadora Gisela Padovan, secretária de América Latina e Caribe, do Itamaraty.
De acordo com os membros do Ministério das Relações Exteriores, o Brasil deseja que a relação entre os países que compõem o bloco vá além de negociações comerciais. Nesse sentido, a cúpula deve resultar na discussão e fechamento de acordos de integração entre as nações sul-americanas.
"Estamos trabalhando para construir uma integração regional mais profunda no Mercosul. Com muito trabalho já temos tal integração nas relações comerciais, mas queremos expandir para outras áreas. Com diálogos e cooperação entre os 12 países, buscamos integração na área energética, da saúde e do desenvolvimento sustentável", disse Padovan.
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