A Polícia Federal dos EUA, o Federal Bureau of Investigation (FBI), divulgou nesta quinta-feira (4) o documento que detalha as denúncias contra a jornalista e ex-militante do PT Patrícia Lélis, considerada foragida há mais de 80 dias pelo FBI.
O documento divulgado pelo Metrópoles aponta o modus operandi para prática dos delitos cometidos pela jornalista, como fraude eletrônica, transações monetárias ilegais e roubo de identidade agravado.
No relatório do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, constam e-mails enviados por Lélis em que ela se passava por pessoas fictícias, para ganhar a confiança de imigrantes. Uma das figuras inventadas foi Jeffrey Willardsen, um funcionário de investimento imobiliário do Texas, com o propósito de transmitir segurança à transação e obter dinheiro.
As trocas de e-mails ocorreram de setembro de 2021 até maio de 2023 e apontaram transferências bancárias para Lélis. Segundo o relatório, ela causou um prejuízo de US$ 700 mil, o equivalente a R$ 3,4 milhões aos clientes.
Lélis também chegou a se passar por uma advogada especializada em imigração para conseguir vistos permanentes a brasileiros. Além de falsificar um documento para uma pessoa adquirir uma propriedade no estado do Texas, onde ela usou a assinatura e o carimbo de um advogado conhecido no país.
No dia 12 de janeiro, o FBI emitiu um comunicado informando sobre a procura pela jornalista brasileira. As penas máximas para os delitos cometidos por Lélis podem chegar a 20 anos.
Ao comentar sobre a repercussão do mandado de prisão expedido pela Justiça americana, Patrícia Lélis disse ter sido “vítima” de perseguição, supostamente, por parte do governo americano.
"O FBI no USA está me ‘procurando’. Mas já sabem exatamente onde estou como exilada política. Foram meses de perseguições e falsas acusações. Meu suposto crime: Não aceitei que me fizessem de bode expiatório contra aqueles que considero como meus irmãos por cultura e principalmente por lado político e sim, ‘roubei’ todas as provas que pude para mostrar o meu lado da história e garantir minha segurança", escreveu Lélis em uma postagem, que não se encontra mais disponível na rede X.
A publicação de Patrícia no dia 16 de janeiro foi contestada por leitores e recebeu uma marcação da rede social. Uma das alegações aponta que a jornalista foi diagnosticada como “mitomaníaca” em 2016 em um laudo psicológico.
Quem é Patrícia Lélis
Antes de ser procurada pelo FBI, a jornalista Patrícia Lélis protagonizou diversas polêmicas no Brasil ao acusar, sem provas, parlamentares por crimes graves.
Em 2016, quando ainda era estudante de jornalismo, Patrícia Lélis acusou, sem provas, o pastor e deputado Marcos Feliciano (PL-SP) de estupro, assédio e agressão.
Lélis também acusou o então presidente nacional do Partido Social Cristão (PSC), Pastor Everaldo (RJ), e o chefe do gabinete do deputado Feliciano, filiado ao PSC à época, de lhe oferecerem dinheiro para desistir das denúncias.
em 2017, Lélis acusou o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) de ameaça e injúria. Em 2021, a polícia concluiu que Lélis mentiu sobre a denúncia. A jornalista foi indiciada pelo crime de denunciação caluniosa.
Em 2018, a então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, chegou a apresentar denúncia contra Eduardo junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo caso. Em 2019, o caso desceu para a primeira instância da Justiça, que rejeitou a acusação por falta de provas. Um laudo pericial da polícia identificou possível simulação.
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