O presidente Lula (PT) e Guilherme Boulos (PSOL) durante evento de campanha, em São Paulo| Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República
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Através do Ministério da Cultura (Minc), o governo Lula autorizou a empresa Zion Produções a captar mais de R$ 4,3 milhões via Lei Rouanet para a realização de um festival de música no Rio de Janeiro (RJ).

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Trata-se da mesma empresa responsável pelo evento da campanha de Guilherme Boulos (PSOL) que gerou críticas por conta do uso da linguagem neutra na execução do Hino Nacional.

O projeto da empresa inscrito na Rouanet não tem ligação com o evento de campanha do candidato do PSOL à prefeitura de São Paulo.

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A captação do recurso foi autorizada em portaria do MinC no dia 13 de março de 2024. O evento em São Paulo, que contou com a presença do presidente Lula (PT), aconteceu no dia 24 de agosto de 2024.

Segundo o MinC, o prazo para a empresa captar os R$ 4,3 milhões vai de 14 de março a 30 de setembro de 2024.

A Gazeta do Povo entrou em contato com um dos sócios da produtora para comentar sobre a captação do recurso e sobre a polêmica envolvendo o evento da campanha de Boulos.

A reportagem também questionou o representante da empresa se a equipe de Boulos tinha conhecimento prévio sobre a alteração na letra do Hino Nacional.

A Gazeta não obteve retorno do empresário até o fechamento desta matéria. O jornal permanece aberto para quaisquer manifestações sobre o assunto.

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Lula teria ficado incomodado com a alteração na letra do Hino Nacional

De acordo com apuração do jornal O Globo, a repercussão negativa da interpretação do Hino Nacional em linguagem neutra no comício de Boulos teria irritado o presidente Lula (PT).

Na ocasião, a intérprete cantou "des filhes deste" na parte do hino no lugar de "dos filhos deste solo és mãe gentil".

O vídeo publicado nas redes sociais do candidato do Psol foi amplamente compartilhado e criticado por vários setores da sociedade, especialmente de políticos de direita.

O deputado federal Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP) protocolou uma notícia-crime na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Boulos por causa do episódio. Na ação, o deputado usa a Lei 5.700/1971, que proíbe alterações na letra do Hino Nacional.

Boulos excluiu vídeo e responsabilizou produtora por alteração do Hino Nacional

Após a polêmica, a campanha de Guilherme Boulos removeu das redes sociais do candidato o vídeo que continha o trecho do Hino Nacional cantado em linguagem neutra.

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Em nota enviada à Gazeta do Povo, a campanha de Boulos negou ter autorizado a alteração na letra do Hino Nacional e culpou a produtora do comício pelo ocorrido.

“A produtora, organizadora do evento, foi responsável pela contratação de todos os profissionais que trabalharam para a realização da atividade, incluindo a seleção e o convite à intérprete que cantou o Hino Nacional”, diz a nota.

De acordo com registro feito pela campanha de Boulos na Justiça eleitoral, a produtora recebeu R$ 450 mil para organizar o evento.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]