O programa do governo do presidente Jair Bolsonaro de estímulo ao emprego vai reduzir o custo das empresas nas contratações de trabalhadores com remuneração de até 1,5 salário mínimo – o equivalente hoje a R$ 1.497,00 mensais.
Ao limitar a faixa salarial para o programa, a equipe econômica pretende impedir que os benefícios sejam destinados a contratações de profissionais que encontram trabalho com mais facilidade. O objetivo é dar oportunidade a pessoas com menor qualificação que hoje têm dificuldade para conseguir uma vaga formal no mercado.
Além do teto de remuneração, o novo programa também terá uma faixa etária definida para que os benefícios sejam válidos. As empresas poderão contratar sob esse novo modelo jovens entre 18 e 29 anos e pessoas acima de 55 anos.
As medidas tem como alvo trabalhadores que hoje estão com mais dificuldade para achar emprego. No caso dos idosos, a constatação é de que eles estão cada vez mais em busca de emprego. De acordo com o IBGE, 7,9 milhões de pessoas acima de 60 anos estavam na força de trabalho no 2.º trimestre de 2019 –450 mil a mais do que em igual período de 2018. Entre 18 e 24 anos, o número de vagas geradas foi suficiente para reduzir a taxa de desemprego de 26,6% para 25,8% no mesmo período.
Estímulo ao emprego: como será para as empresas
O programa – que tem sido chamado de Trabalho Verde e Amarelo – vai livrar as empresas de pagar a contribuição patronal para o INSS (de 20% sobre a folha) e as alíquotas do Sistema S, do salário-educação e do Incra.
A contribuição para o fundo de garantia, o FGTS, será de 2%, menos que os 8% dos atuais contratos de trabalho. Não haverá mudança no valor da multa de 40% sobre o saldo em caso de demissão sem justa causa.
Com essas medidas, a estimativa é de que o custo das contratações sob o programa ficará 32% menor do que é hoje.
A desoneração total da folha terá duração de até 24 meses. Caso a empresa deseje manter o profissional depois desse período, está em estudo uma transição, com uma espécie de escada para que seja retomado aos poucos o pagamento das contribuições sobre a folha. A avaliação é de que, se a empresa estiver disposta a manter o profissional em seus quadros, retomar a cobrança dos encargos toda de uma vez poderia desestimulá-la a tomar essa decisão.
As empresas não poderão usar o programa para substituir o modelo de contrato dos funcionários atuais e baratear o custo das empresas. Se um trabalhador com mais de 55 anos for demitido, por exemplo, a ideia é estipular um prazo de carência até que ele possa ser recontratado sob as novas regras.
Ministro queria estímulo maior, mas custo não permite
A equipe econômica tem trabalhado nos últimos dias para fechar o texto final do programa, que deve ser criado por meio de medida provisória (MP), com vigência imediata. O secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, já tem conversado com lideranças do Congresso sobre os detalhes da iniciativa.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, defende uma desoneração ampla da folha para todos os trabalhadores, mas isso hoje não é possível pelo alto custo fiscal que a medida teria. Por isso, o Programa Trabalho Verde e Amarelo tem sido desenhado para caber no Orçamento. Mesmo assim, encontrar compensações para o custo tem sido tarefa árdua.
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF