O governo desistiu de enviar ao Congresso o projeto do "fast track", que pretendia acelerar as privatizações. O texto iria pular algumas etapas hoje obrigatórias para a privatização, como passar pelo Programa de Parcerias e Investimentos (PPI), e também deveria conter a lista de todas as estatais que o governo quer privatizar, para que a autorização legislativa fosse concedida de uma só vez.
A desistência foi divulgada nesta quarta-feira (19) pelo secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados, Salim Mattar, em entrevista coletiva, após questionamento feito pela Gazeta do Povo. “Como o PPI veio para o ministério da Economia, entendemos que é desnecessário queimar capital político com o 'fast track'”, explicou Mattar.
O PPI, programa que gere as concessões e privatizações do governo, estava na Casa Civil até janeiro. No fim do mês passado, o presidente Jair Bolsonaro fez a transferência do programa para o ministério da Economia, um desejo antigo do ministro Paulo Guedes e do secretário Mattar.
Parte da equipe do ministério queria que o programa fosse desmembrado e que suas atividades fossem incorporadas pelas secretarias especiais já existentes. Guedes, porém, optou por transformar o PPI em uma secretaria especial, e manteve sua estrutura.
Lei atual já dá autorização para privatizações, diz governo
A secretária Especial do PPI, Martha Seillier, afirmou que o governo não vai precisar de autorização legislativa para privatizar a maior parte das estatais. O entendimento da equipe é de que o Programa Nacional de Desestatização (PND), criado por lei em 1997, já dá essa autorização. Para isso, basta o presidente Jair Bolsonaro editar um decreto incluindo a empresa no PND.
Somente casos vedados pelo PND, Constituição ou marcos regulatórios precisam de autorização legislativa específica, entende o governo. É o caso, por exemplo, da Eletrobras. O governo enviou um projeto de lei ao Congresso para vender a empresa, mas o texto está parado na Câmara.
Avaliação periódica de estatais
Mattar informou, ainda, que o governo vai editar um decreto instituindo a avaliação periódica das estatais. As que são dependentes, ou seja, aquelas que não geram receita suficiente para bancar suas despesas e recebem subvenção anualmente da União, serão avaliadas a cada dois anos. Já para as estatais não dependentes a avaliação será a cada quatro anos.
O secretário sinalizou, ainda, que o governo não deve incluir novas estatais na mira da privatização. Por enquanto, são 17 estatais de controle direto, incluindo duas companhias de doca. Parte dessas 17 está no PPI, e outra parte no PND.
O PPI é uma primeira fase rumo à privatização. Nesta etapa, são feitos os estudos para decidir se ocorrerá, ou não, a venda. Depois, no PND, já são feitos os estudos de modelagem de desestatização.
Quem são os jovens expoentes da direita que devem se fortalecer nos próximos anos
Frases da Semana: “Kamala ganhando as eleições é mais seguro para fortalecer a democracia”
Iraque pode permitir que homens se casem com meninas de nove anos
TV estatal russa exibe fotos de Melania Trump nua em horário nobre
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF
Deixe sua opinião