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O presidente Jair Bolsonaro disse em pronunciamento em rede nacional de TV, nesta quarta-feira (2), que todos o brasileiros que desejarem serão vacinados ainda neste ano contra a Covid-19. Ele exaltou a marca de 100 milhões de doses de vacinas distribuídas a estados e municípios e o acordo de transferência de tecnologia assinado entre a Fiocruz e o laboratório AstraZeneca, que incluiu o Brasil no rol dos países capazes de produzir o próprio IFA (ingrediente farmacêutico ativo) para a fabricação do imunizante contra o coronavírus.
Em contraponto às medidas restritivas adotadas por governadores e prefeitos, Bolsonaro voltou a repetir que seu governo "não fechou o comércio e nem obrigou ninguém a ficar em casa". Ainda assim, destinou em 2020 cerca de R$ 320 bilhões ao pagamento de auxílio emergencial e mais de R$ 190 bilhões para ajudar estados e municípios durante a pandemia.
O presidente destacou medidas econômicas e lembrou que o Produto Interno Bruto (PIB) do país deve crescer 4% neste ano. Ele destacou ainda a geração de 900 mil empregos até maio, o bom desempenho das estatais, que "no passado davam prejuízo", e a sanção do Programa Nacional de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Pronampe), que virou uma política permanente de Estado.
Ao fim do pronunciamento de cinco minutos, Bolsonaro disse que seu governo "joga dentro das quatro linhas da Constituição" e que todos os seus 22 ministros consideram que o bem maior dos brasileiros é a sua liberdade. E ainda citou os direitos constitucionais de ir e vir, de acesso ao trabalho e o livre exercício de cultos religiosos como "inegociáveis".
Houve ainda espaço para informar à população que a realização da Copa América no Brasil seguirá os mesmo protocolos sanitários da Copa Libertadores e das Eliminatórias da Copa do Mundo.
Bolsonaro faz prestação de contas após CPI e protestos de rua da oposição
O presidente Jair Bolsonaro falou à nação em meio ao desgaste causado pela pandemia de coronavírus e a realização da CPI da Covid no Senado que apura supostas omissões do governo federal no combate à pandemia. O relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL), diz haver provas suficientes para comprovar que o governo demorou para comprar vacinas para enfrentar a Covid-19.
Além disso, a popularidade de Bolsonaro caiu ao menor nível de seu governo em maio. Segundo o Datafolha, a desaprovação ao governo do presidente chegou a 44%. A insatisfação pôde ser vista nas ruas no último sábado (29). Manifestações organizadas pela oposição levaram milhares de pessoas às ruas das principais cidades do país.
Na noite desta quarta, enquanto o presidente fazia seu pronunciamento e como já ocorreu em outras oportunidades, foi possível ouvir panelaços em algumas capitais contra Bolsonaro.