A Polícia Militar de São Paulo utilizou bombas para dispersar um protesto contra o governo do presidente Jair Bolsonaro na Avenida Paulista, na tarde deste domingo (31). Imagens da Globonews e da CNN Brasil mostraram os confrontos entre a tropa de choque e alguns manifestantes, que atiravam pedras contra policiais. Também houve hostilidades quando esses manifestantes encontraram os integrantes de outro ato, a favor de Bolsonaro, que pedia a reabertura do comércio e o fim das medidas restritivas.
Muitos dos participantes do ato contra Bolsonaro usavam preto e são ligados a torcidas organizadas e movimentos sociais e se autodenominam como "antifascistas". Cerca de 30 minutos antes do confronto, a PM já havia usado bombas de efeito moral para impedir um conflito entre manifestantes antigoverno e a favor de Bolsonaro, na altura de uma das entradas da estação Trianon-Masp, na Avenida Paulista.
Prisões
A Polícia Militar de São Paulo informou ainda, por meio da sua assessoria de imprensa, que alguns manifestantes que participavam de ato contra o governo foram detidos com artefatos químicos, fogos de artifício e canivetes.
Os detidos seriam encaminhados ao 78º Distrito Policial, nos Jardins, zona sul da capital paulista. O número total não foi informado pela PM.
PM diz que agiu após pedras terem sido atiradas
O secretário-executivo da Polícia Militar de São Paulo, Coronel Álvaro Batista Camilo, afirmou à Globonews que a dispersão, por parte da tropa, ocorreu após pedras serem jogadas contra policiais. Ele defendeu que a operação foi realizada para evitar confrontos entre esses manifestantes e o grupo pró-governo, que se concentrava a poucos metros, em frente à Fiesp.
"(Os manifestantes) Partiram para um radicalismo muito forte, ao confronto com a polícia. Não é o que geralmente acontece", disse o coronel.
Ele ressaltou, contudo, que não é possível saber de que lado vieram as pedras - dos manifestantes antigoverno ou dos favoráveis ao presidente Jair Bolsonaro. "Vimos animosidades dos 2 grupos (pró e antigoverno) na Avenida Paulista", disse. "E o Choque (Batalhão de Choque da PM) está lá exatamente por isso, para evitar que eles se confrontem ainda mais."
Coronel Camilo defendeu ainda que a Polícia Militar de São Paulo não defende "partido nem grupos ideológicos" e que, por orientação inclusive do governador João Doria (PSDB), deve defender a democracia e a liberdade de expressão.
Panelaços
Enquanto manifestantes antigoverno Jair Bolsonaro entravam em confronto com a PM na Avenida Paulista, panelaços e protestos contra o presidente ocorreram em alguns bairros de São Paulo.
Nas redes sociais há registros de gritos e panelaços nos bairros da Bela Vista, Santa Cecília, República, Perdizes, Vila Buarque, Pinheiros e Consolação. Críticos do presidente gritam "fora, Bolsonaro" e se referem ao presidente da República como "fascista".
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Quem são os indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado
Bolsonaro indiciado, a Operação Contragolpe e o debate da anistia; ouça o podcast
Seis problemas jurídicos da operação “Contragolpe”
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF