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O interventor federal na segurança pública do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, e a governadora em exercício, Celina Leão, terão de prestar informações ao Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) sobre as medidas que foram adotadas pelo governo distrital antes e durante os protestos ocorridos no último domingo (8).
O ofício expedido pelo procurador-geral de Justiça do DF Georges Seigneur, no final da tarde desta quarta (11), pede uma série de explicações ao interventor e à governadora, como o cumprimento dos protocolos firmados entre os órgãos de segurança e se houve adaptação após a informação de que haveria aumento de manifestantes.
O documento questiona, ainda, as ordens que foram determinadas para que os manifestantes pudessem ultrapassar livremente a faixa de contenção que os separavam da Praça dos Três Poderes, e sobre o monitoramento dos ônibus que entraram no Distrito Federal a partir de sexta-feira (6).
Além disso, a Procuradoria-Geral de Justiça pede informações sobre o número de pessoas acampadas no Quartel-General do Exército no fim de semana do protesto e se houve alteração no quantitativo de sábado (7) para domingo (8).
Seigneur também questiona se já havia tratativas com os demais órgãos públicos a respeito da desmobilização dos manifestantes e sobre os responsáveis diretos pelo acompanhamento, bem como o monitoramento do início da passeata pelo Eixo Monumental até a concentração na Esplanada dos Ministérios.
Por fim, o procurador-geral requisita os relatórios operacionais da Polícia Militar do Distrito Federal relativos aos atos praticados no domingo (8), que culminaram com a invasão e depredação dos prédios do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal (STF).
O pedido de informações faz parte dos trabalhos que vêm sendo feitos pelo Grupo de Gestão de Crise para Acompanhamento da Intervenção Federal no Distrito Federal, criado na segunda (9) um dia depois do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decretar a intervenção federal na segurança pública do DF.
O objetivo, segundo a procuradoria, é “dar fim ao comprometimento da ordem pública após os ataques às instituições do último domingo”.