A confirmação recentemente de que os partidos PP e Republicanos vão assumir ministérios no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ligou o sinal de alerta nos partidos que fizeram parte da “frente ampla” que o ajudou a se eleger no ano passado, entre eles o PSB do próprio vice-presidente Geraldo Alckmin.
Um dos membros do partido, o governador capixaba Renato Casagrande, vê a possível saída de algum dos três ministérios – Indústria, do vice-presidente; Justiça, de Flávio Dino; e Portos e Aeroportos, de Márcio França – como um “sinal ruim” se tiver que abrir mão de um espaço na Esplanada dos Ministérios.
De acordo com ele, a saída ou diminuição do espaço de partidos que apoiaram Lula na eleição seria interpretada como um sinal negativo para a política e, possivelmente, prejudicaria as relações entre os partidos aliados. Casagrande vê a ampliação da base com outras legendas como algo natural e que faz parte da negociação por apoio no Congresso.
“O que não é natural é que retire dos espaços aliados que estiveram com ele desde o primeiro momento, como o PSB, que sustentou a candidatura de Lula desde o começo. Se isso acontecer, é um sinal ruim para a política”, disse em entrevista ao jornal O Globo publicada nesta segunda (14).
Casagrande questionou a possível escolha da pasta da Indústria para a negociação partidária, afirmando que Alckmin tem desempenhado um papel relevante no governo e estabelecido conexões significativas com os empresários. A substituição de um ministro eficaz por motivos políticos pode prejudicar o progresso alcançado até o momento – o mesmo valeria para Dino e França, diz.
No entanto, apesar de criticar a possível saída de Alckmin do ministério, o governador capixaba vê que a relação com Lula dificilmente seria afetada. “Se conheço bem o Alckmin, ele jamais provocará um atrito com o presidente Lula. O presidente é que precisa fazer essa reflexão. Não pode tirar prestígio de um vice-presidente da República competente e eficiente”, completou.
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