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PSDB
Eduardo Leite apresentou novos pilares do partido e resgatou Aécio Neves ao protagonismo após ser inocentado pela Justiça.| Foto: reprodução/Youtube

Após perder espaço na política nacional nas eleições de 2022 e anunciar publicamente que será oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o PSDB apresentou, nesta quinta (24), as novas diretrizes do partido para tentar voltar a ganhar protagonismo nacional.

Além de apresentar o que seria uma refundação do partido, o tucanato também resgatou o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) para as atividades do dia a dia do partido. Ele foi inocentado recentemente pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) da acusação de ter recebido propina de R$ 2 milhões do empresário Joesley Batista, da J&F, em 2017.

Aécio Neves foi saudado por colegas de partido e recebeu palavras de apoio do presidente da sigla, Eduardo Leite (PSDB-RS), governador do Rio Grande do Sul. O político classificou os últimos anos de processo contra Neves como um “calvário”.

“Quero fazer saudação especial ao Aécio pelo fim do calvário extenso num processo que se instaurou e se revelou de denúncias infundadas e que foi agora cabalmente julgado pela Justiça improcedente”, disse.

No evento do PSDB, Aécio Neves foi calorosamente aplaudido e recebeu a palavra para discursar após a fala de Eduardo Leite. O deputado afirmou que não duvidava “que esse dia ia chegar” e agradeceu o “desagravo” feito por Leite.

Um dos principais líderes do tucanato, o ex-senador e ex-governador do Ceará, Tasso Jereissati, disse que Neves “tirou um peso enorme não só da sua vida política, mas também da sua vida pessoal”. A saudação foi seguida por outros correligionários presentes, como Bruno Araújo, presidente nacional da Federação PSDB/Cidadania; Teotônio Vilela, presidente da bancada no Senado; Adolfo Viana, líder do partido na Câmara, entre outros.

Neves disse ainda, durante o discurso, que confia no retorno do partido ao protagonismo político brasileiro. Ele foi derrotado por Dilma Rousseff (PT) em 2014.

O PSDB ainda teve um fraco desempenho eleitoral no ano passado, elegendo apenas três governadores em segundo turno, perdeu o controle histórico sobre São Paulo e não conquistou nenhuma vaga no Senado. Na Câmara dos Deputados, a bancada de 22 parlamentares foi reduzida para 13.

O partido ainda precisou fazer uma federação com o Cidadania para cumprir a cláusula de barreira.

Independência e novas diretrizes

Ainda durante o seminário, o PSDB reforçou que será oposição a Lula, mas que não vai tomar lado para Jair Bolsonaro (PL). Eduardo Leite diz que a polarização entre os dois políticos provocou impacto no partido – a legenda ficou em cima do muro na eleição do ano passado.

“A gente está aqui depois desse processo de discussão todo para dizer que não somos nem Lula, nem Bolsonaro. Não é simplesmente que não somos nenhum dos dois, somos PSDB, que tem DNA, visão, propósito para o país, uma forma de fazer política e a gente está buscando resgatar isso. Nessa reconexão com sentimentos originais do partido, naturalmente com visão atualizada dentro desse novo contexto”, disse a jornalistas após o seminário.

Leite expressou confiança de que a polarização está superada, permitindo ao PSDB emergir como uma alternativa de centro. Quanto ao governo Lula, ele reconheceu um ambiente político mais sereno, mas criticou as declarações do presidente que, segundo Leite, reforçam o discurso "nós contra eles".

O PSDB apresentou novos pilares, incluindo uma economia competitiva e aberta ao mundo, porém sustentável, além de reforçar políticas públicas enquanto mantém uma máquina estatal enxuta.

O partido ainda reintroduziu o tucano no logotipo, que havia sido retirado há quatro anos durante a gestão de Bruno Araújo. Leite usava uma camiseta com uma citação de Fernando Henrique Cardoso: “lutamos não para ganhar no dia seguinte, mas para criar um horizonte de alternativa”.

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