Rogério Carvalho diz que correligionários tiveram “medo do julgamento” da direita, e cobrou posição mais firme do partido.| Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
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O único senador do PT a votar contra o projeto de lei que extingue as saídas temporárias da prisão, Rogério Carvalho (PT-SE), disparou que os correligionários tiveram “medo do julgamento” ao votarem a favor da proposta relatada pelo oposicionista Flávio Bolsonaro (PL-RJ). O texto foi aprovado na última terça (20) por 62 a 2 no Senado e agora volta para a Câmara dos Deputados para uma nova análise.

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Além de Carvalho, o senador Cid Gomes (PDT-CE) também votou contra. No entanto, outros senadores da bancada petista foram favoráveis ao projeto, como Augusta Brito (PT-CE) e Fabiano Contarato (PT-ES), além de Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), líder do governo no Congresso.

Já os senadores Humberto Costa (PT-SE), Paulo Paim (PT-RS) e Teresa Leitão (PT-PE) se abstiveram e não compareceram.

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Os votos favoráveis foram dados após as lideranças das bancadas do partido e do governo liberarem os parlamentares para votarem como considerarem melhor. Carvalho criticou, e disse que o tema é sensível demais para liberar a bancada.

“Em situações caras como esta, que é importante, estrutural para a sociedade. [Os senadores] não quiseram se comprometer com um debate que não estava bem orientado”, disse Carvalho em entrevista à Folha de São Paulo publicada na noite de quarta (21).

De acordo com ele, os demais senadores do partido tiveram “medo do julgamento do populismo da extrema direita, fascista”, e ressaltou que “não pode se amedrontar, [ter] medo do julgamento público, do debate raso”.

“Eu votei coerente com o histórico de debate do partido ao longo da tramitação da matéria. Votei de forma coerente com aquilo que é uma construção histórica minha e do partido. É desonesto dizer que vai diminuir a criminalidade. Não vai impactar em nada. Vai aumentar a violência dentro dos presídios. Em tese, vamos ter aumento de violência”, disparou.

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Rogério Carvalho ainda defendeu o benefício afirmando que a “saidinha” colabora com a retomada dos vínculos familiares do detento e a reinserção na sociedade. “O meu voto tem a ver com essa medida de ressocialização, que ocorre durante a progressão da pena”, disse.

Como o texto aprovado ainda precisa voltar para análise dos deputados, o governo ainda não se pronunciou sobre a votação. Interlocutores afirmam que o ministro Ricardo Lewandowski, da Justiça e Segurança Pública, vai aguardar antes de orientar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para vetar ou não a proposta.

A possibilidade de veto, no entanto, divide integrantes do governo que veem nisso uma ampliação da crise entre o Executivo e o Legislativo.

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