O Partido dos Trabalhadores (PT) assinou uma resolução do Foro de São Paulo, elaborada em uma reunião do grupo de trabalho, na Cidade do México, no dia 29 de setembro, em que o movimento esquerdista se solidariza com o regime da Venezuela e reconhece a vitória do ditador Nicólas Maduro.
A resolução foi divulgada apenas nesta quarta-feira (16), no site do Foro de São Paulo. De acordo com publicação, todos os partidos que integraram o GT, no México, aprovaram a declaração.
“Ante a atuação da extrema direita, se converte em um imperativo para nossas forças políticas fazer um chamado a respeitar a institucionalidade democrática de Venezuela e a autodeterminação do povo venezuelano com relação aos resultados eleitorais que deram a vitória ao presidente Maduro", diz um trecho do documento traduzido do espanhol para português.
A Gazeta do Povo tentou contato com o PT para repercutir a resolução, mas ainda não houve um posicionamento oficial.
O endosso do partido à suposta vitória de Maduro em meio a denúncias de fraude e de perseguição a integrantes da oposição contrasta com as declarações de alguns petistas que têm condenado, ainda que de forma tímida, as ações de Maduro.
Para o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), “a posição do PT sobre Venezuela é desconectada com o que pensa o Lula e a grande maioria dos simpatizantes do PT”. “Somos um partido conectado com a democracia. A posição do Maduro gera um constrangimento para a América Latina”, disse o petista à CNN Brasil.
Amigo de Maduro, o presidente Lula (PT) vem cobrando que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela divulgue as atas de votação da eleição presidencial de 28 de julho, que o órgão chavista diz ter sido vencida pelo ditador. Por outro lado, Lula tem usado um tom ameno para criticar Maduro.
A afinidade entre os dois líderes foi mais uma vez confirmada esta semana quando o Ministério das Relações Exteriores venezuelano expressou seu “respeito absoluto” por Lula, depois de o procurador-geral do país, Tarek William Saab, descrever o petista como um “porta-voz” da esquerda latino-americana “capturado” pela Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos.
O que diz a resolução
No documento, o Foro destacou a ameaça crescente do “extremismo de direita”, do imperialismo e do neofascismo, e reafirma a importância da unidade entre as forças democráticas e progressistas.
Os membros do grupo condenaram as ações de Israel contra a Palestina, incluindo a limpeza étnica e os bombardeios no Líbano, e pediram que Netanyahu fosse julgado como criminoso de guerra. Além disso, denunciaram a OTAN como uma força de agressão global, criticando o crescimento da extrema direita na Europa e América Latina, alimentada por interesses econômicos e transnacionais.
O documento também expressou solidariedade a líderes políticos da esquerda latino-americana, como Nicolás Maduro, Gustavo Petro e Xiomara Castro, denunciando tentativas de desestabilização e lawfare.
Eles condenaram o governo de extrema direita de Javier Milei na Argentina e apoiaram o retorno das forças progressistas em eleições na região, como no Uruguai e no Chile.
"Na Argentina, o Governo de extrema direita de Javier Milei segue um processo cada vez mais profundo de destruição do país e de eliminação da possibilidade de um Estado justo e democrático, que garanta os serviços mínimos à sua população. Atuando junto ao Congresso, Milei aprova medidas que criam ainda mais dificuldades sociais e econômicas no país.", diz o GT no documento.
"América Latina soberana"
A resolução ainda enfatizou a necessidade de uma América Latina soberana, livre de ingerências externas, especialmente dos EUA, e reiterou o apoio a Cuba, exigindo o fim do bloqueio econômico. Por fim, o grupo fez um chamado à unidade das forças progressistas para enfrentar os desafios globais e regionais.
Veja a resolução do Foro de São Paulo na íntegra clicando aqui.
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