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O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) disse ser inacreditável que a Polícia Federal esteja acusando seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de envolvimento com um esquema de venda de presentes para custear sua estadia nos Estados Unidos no fim de 2022 e início de 2023. Ele argumentou que as joias recebidas pelo ex-mandatário eram presentes "personalíssimos" e que o indiciamento de Bolsonaro pela Polícia Federal pode reforçar manifestações de rua.
"Parabéns à Polícia Federal, mais um grande escândalo para se investigar. Quando mais vocês fizerem isso, mais gente vai para a rua apoiar Bolsonaro", disse Eduardo Bolsonaro em entrevista ao vivo à CNN Brasil.
A PF apresentou ao Supremo Tribunal Federal na semana passada um inquérito que indicia Bolsonaro pelos crimes de associação criminosa, peculato e lavagem de dinheiro. O documento foi tornado público nesta segunda-feira (8) pelo ministro Alexandre de Moraes. A investigação da polícia diz que o ex-presidente teria participado de um esquema que movimentou R$ 6,8 milhões com a venda das joias nos Estados Unidos.
Eduardo Bolsonaro fez ainda um apelo ao príncipe e premiê saudita Mohammed Bin Salman para que peça de volta os presentes dados a Bolsonaro. "Não há qualquer tipo de possibilidade de você ter justiça na investigação que estão fazendo com a clara intenção de perseguir Jair Bolsonaro. Isso já está gerando ruído diplomático entre os nossos países", disse.
Ele também argumentou que não houve crime por parte de Bolsonaro. "Não existe ilegalidade quando na base disso esses presentes foram recebidos e uma comissão, formada por pessoas que não são indicadas pelo presidente Bolsonaro, decidiu que esses presentes são personalíssimos. Eu pergunto a vocês, será que o Estado brasileiro tem um braço para usar um relógio? Ele tem um pescoço para usar qualquer tipo de adorno? É óbvio que não", disse o deputado.