O quarto voo de resgate de brasileiros em Israel após o início do conflito no último final de semana decolou de Tel Aviv nesta sexta (13), às 12h45 (horário de Brasília), com mais 207 cidadãos. Junto deles também são transportados dois cães e dois gatos.
A previsão é de que este voo, operando com um KC-30 (A330-200), pouse no Rio de Janeiro na madrugada de sábado (14), à 1h. Com este novo grupo, a operação Voltando em Paz já contabiliza 701 brasileiros repatriados de Israel.
Segundo o governo brasileiro, a maioria dos passageiros deste voo vai seguir viagem depois para outras 17 cidades brasileiras, como o São Paulo, Porto Alegre, Florianópolis, Brasília e Curitiba.
A decolagem deste quarto voo de repatriação ocorreu em um momento de tensão em Tel Aviv, com as sirenes de alerta de bombardeio soando durante o procedimento de check-in dos passageiros. Segundo as agências de notícias, o embarque começou a ser feito apenas depois que todos tiveram os documentos checados e em apenas alguns minutos.
Havia o receio de que o aeroporto fosse fechado e os passageiros tivessem que ser encaminhados a um abrigo de segurança.
O terceiro voo de repatriados pousou na base aérea de Recife na última madrugada, transportando 69 brasileiros.
Ainda na manhã desta sexta (13), o governo informou que o quinto voo de resgate de brasileiros em Israel pousou em Roma às 6h15 (horário de Brasília) e aguarda autorização das autoridades israelenses para seguir a Tel Aviv. O avião, mais um KC-30 (A330-200) da FAB, tem capacidade para 210 pessoas mais os tripulantes.
E há, ainda, um voo extra de resgate que partiu de Brasília na quinta (12) e está em Roma para fazer a repatriação de 22 brasileiros que estão na Faixa de Gaza.
Este voo extra, um E-190 da Presidência da República, aguarda a autorização do governo do Egito para partir ao Cairo, onde os brasileiros que estão em Gaza devem ser levados. A abertura da fronteira entre os territórios palestino e egípcio será decidida durante a reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) marcada para às 16h (horário de Brasília) desta sexta (13).
Ainda é preciso desta autorização do governo egípcio para o resgate por conta das condições de segurança da passagem entre Gaza e o Egito. A única cidade em que a saída é possível, Rafah, ao Sul do território, foi severamente bombardeada, e o governo egípcio mantém o posto de segurança de fronteira fechado por receio, entre outros motivos, de que militantes do Hamas se infiltrem entre os refugiados durante a saída de Gaza.
A situação se tornou ainda mais delicada na última madrugada, após o exército israelense anunciar uma nova ofensiva ao território palestino, em que pediu que todos os civis deixem o local até o final da tarde desta sexta (13).
Após a autorização, o grupo de 22 brasileiros deve embarcar em dois ônibus que já foram alugados pelo Escritório de Representação em Ramala, e serão sinalizados com a bandeira brasileira para que as forças israelenses evitem bombardear. Segundo o governo, as autoridades egípcias já estão com a lista de cidadãos e seus devidos documentos para autorizar a passagem pelo posto de controle fronteiriço.
Desde o início dos conflitos, cerca de 2,7 mil brasileiros entraram em contato com o Ministério das Relações Exteriores pedindo orientações e, em grande parte, o resgate para retorno ao Brasil. Com isso, o governo organizou um esquema com seis voos de resgate até o fim de semana, em um primeiro momento, para repatriar 900 brasileiros – há possibilidade de programar outros voos em uma segunda fase.
O conflito entre Hamas e Israel já fez mais de 2,8 mil vítimas desde sábado (7), quando o grupo terrorista empreendeu um amplo e violento ataque contra alvos civis. Em resposta, o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, declarou guerra com um forte contra-ataque ao território palestino.
Os ataques feitos pelo Hamas são os piores sofridos por Israel em 50 anos. O grupo é considerado terrorista pelos Estados Unidos e parte dos países que formam a União Europeia.
A facção controla a Faixa de Gaza desde 2007, pregando a destruição de Israel por “ataques crescentes” contra os palestinos na Cisjordânia. Na manhã desta sexta (13), o grupo anunciou que 13 reféns já foram mortos desde o início dos conflitos.
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