De acordo com o resultado da enquete da Gazeta do Povo, que esteve no ar do dia 5 ao dia 13 de dezembro, quase 40% dos leitores do jornal acreditam que a oposição não conseguirá barrar a indicação do atual ministro da Justiça, Flávio Dino, para o Supremo Tribunal Federal (STF).
Ao todo, 2113 leitores responderam a enquete. Desses, 38% indicaram que não veem chance de a indicação de Dino ser barrada pelo Senado.
Apenas 14% dos que responderam a enquete mostraram plena confiança de que o nome do ministro da Justiça será barrado na sabatina desta quarta-feira (13). E, 10% dos leitores ficaram no meio do caminho em uma escala de 0 a 10.
Congressistas de oposição ao governo Lula têm admitido dificuldade em barrar o nome de Flávio Dino. Já o ministro de Lula – que goza da simpatia de ministros do Supremo, como Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes – já sinalizou que possui o número de votos suficiente para ganhar a cadeira no STF.
A sabatina de Dino será realizada simultaneamente à sabatina do indicado de Lula (PT) para a Procuradoria-Geral da República (PGR), o vice-procurador-geral eleitoral, Paulo Gonet.
Na terça-feira (12), o senador Alessandro Vieira (MDB-SE) informou que apresentará uma questão de ordem à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) contra a sabatina simultânea.
De acordo com o senador, a decisão do presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Davi Alcolumbre (União-AP), de sabatinar os dois indicados ao mesmo tempo é “inequivocamente inédita e inconstitucional, ao passo que fere os princípios constitucionais da eficiência, da proporcionalidade e da razoabilidade”.
A ideia da presidência da CCJ é esfriar a sabatina, intercalando perguntas para Gonet em meio às perguntas mais duras para Dino, para evitar que ele seja constrangido.
Em declarações recentes, o senador Alessandro Vieira elogiou Flávio Dino. A atitude foi interpretada como uma sinalização de voto favorável à indicação do ministro.
Caso a decisão do presidente da CCJ não seja desfeita, a oposição já indicou que concentrará esforços nos questionamentos a Flávio Dino.
Senadores que se opõem à indicação do ministro da Justiça devem voltar a abordá-lo com fatos incômodos: a suspeita de que foi omisso nos atos do 8 de janeiro; a recente descoberta de que a mulher de um líder do narcotráfico no Amazonas visitou a pasta comandada por ele; a defesa por parte de Dino da vigilância rígida das redes sociais; a perseguição à direita, entre outros temas.
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