Presidente do Ibama reconhece que atual estrutura está deficitária para combater os milhares de focos de incêndio no Amazonas.| Foto: Raphael Alves/EFE
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O estado do Amazonas registrou 3.858 focos de queimadas apenas durante o mês de outubro, o pior resultado para o período desde o início da série histórica, em 1998. Os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que o número é maior do que o recorde anterior, de 2.409 registrado em 2009, e do que o registrado no mesmo mês em 2022, quando o estado teve 1.503 focos.

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As áreas mais afetadas foram os municípios de Careiro e Autazes, na região metropolitana de Manaus, e na divisa com os estados do Acre, Rondônia e Pará, no Sul do território. A capital amazonense tem sido coberta por uma nuvem de fumaça nas últimas semanas, o que levou os moradores a retomarem o uso de máscaras de proteção respiratória.

Manaus chegou a vigorar entre as três piores qualidades do ar do mundo em outubro de acordo com o índice medido em tempo real pelo site World Air Quality Index (WAQI). Além das queimadas, a seca recorde ajudou a derrubar a qualidade do ar.

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O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, reconheceu o problema e admitiu que o governo precisa aprimorar as estratégias de combate a incêndios. De acordo com ele, o órgão está finalizando um plano para obter financiamento e ampliar ações contra o fogo, mas ainda sem citar quanto vai custar aos cofres públicos.

“O Ibama deve submeter no fim do ano um projeto robusto para o Fundo Amazônia. Está em fase final de concretização”, disse em entrevista ao Estadão publicada nesta quarta (8).

Agostinho também reconheceu que a estrutura atual do Ibama está deficitária e necessita de reforço de equipamentos, como “mais aeronaves de combate a incêndio”.

O Fundo Amazônia tem, atualmente, um saldo de R$ 4,1 bilhões em doações de governos estrangeiros, como Alemanha e Noruega, e da Petrobras. Há, ainda, a expectativa de entrada de recursos da Suíça, Estados Unidos, Dinamarca, Reino Unido e União Europeia.

De acordo com ele, os incêndios são agravadas pelas condições meteorológicas adversas, como o fenômeno El Niño, que vai continuar preocupando até se dissipar. “Enquanto não sairmos do de El Niño, continuaremos com esse tipo de problema. A floresta está quente, seca. Vi uma coisa que nunca tinha visto: fogo embaixo de chuva”, completou.

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O aumento da quantidade de queimadas no Amazonas preocupa o governo principalmente às vésperas da COP28, a conferência do clima que será realizada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, no final do mês e que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretende levantar a bandeira da preservação ambiental.

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O governo chegou a lançar em junho o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm), com estratégias que visam controlar o desmate e o desenvolvimento da economia sustentável. No entanto, a quantidade principalmente de queimadas tem oscilado desde então.

Em julho, primeiro mês sob o novo plano, houve um aumento de 36,34%, enquanto que em agosto e setembro a queda foi de 24,62%, e novamente a alta em outubro (veja na íntegra).

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