Milhares de focos de incêndio se espalham pelo país e governo culpa incendiários e clima pela crise.| Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
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Dados do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) mostram um aumento de 80,6% de incêndios em territórios indígenas neste ano na comparação com 2023. De acordo com o levantamento, a área queimada em território indígena entre janeiro e agosto atingiu 3.078.670 milhões de hectares. Em 2023 foram registradas queimadas em 1,7 milhões de hectares.

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O estudo Fogo no Brasil em 2024: o retrato fundiário da área queimada nos biomas, realizado pelo Ipam, explica ainda que o fogo nesse território teve maior concentração na Amazônia. As terras indígenas representaram 24% das queimadas no bioma, com 1.296.272 hectares afetados.

O relatório diz ainda que a área queimada em Terras Indígenas (TI) mantiveram um padrão "relativamente constante" entre 2019 a 2023, chamando atenção para salto observado nos últimos meses.

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"Isso sugere uma maior inflamabilidade desses territórios, possivelmente causada por incêndios externos e fogo criminoso, relacionados à intensificação de atividades ilegais e invasões, ou, em alguns casos, por queimas de roça que saíram do controle nesses territórios", diz o documento.

Houve também um aumento de 116% de queimadas em Unidades de Conservação (UC), de acordo com o Ipam. Entre janeiro e agosto deste ano foram registrados incêndios em 1,1 milhões de hectares nessas áreas que deveriam servir como barreira contra o fogo.

"Tais dados demonstram a crescente pressão sobre terras públicas e reforçam a necessidade urgente de políticas eficazes de gestão e proteção desses territórios, fundamentais para a conservação ambiental, para o respeito aos modos de vida dos povos indígenas, povos e comunidades tradicionais e ao seu direito ancestral à terra, e para a manutenção dos serviços ecossistêmicos essenciais a todas as formas de vida no planeta", afirma o relatório.

Queimadas registraram aumento em todo o Brasil

Em todo Brasil, entre janeiro e agosto de 2024, foram queimados 11.350.194 hectares. O número representa um aumento de 85% em relação à média dos anos anteriores e um crescimento de 116% em comparação ao mesmo período de 2023.

Entre as categorias que mais queimaram em números absolutos estão os Imóveis Rurais Grandes (IRG), que abrangem propriedades maiores que 15 módulos fiscais, e as Terras Indígenas (TI). A área queimada nos IRG teve um aumento de 163% entre 2023 e 240, passando de 1.075.481 hectares no ano passado para 2.832.273 hectares entre janeiro e agosto deste ano.

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