Alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) para investigar o uso de candidaturas de laranjas nas eleições de 2018, o deputado federal por Pernambuco Luciano Bivar está envolvido numa disputa interna com o presidente Jair Bolsonaro pela direção do PSL – e também pelos R$ 737 milhões dos fundos partidário e eleitoral a que a sigla terá direito até 2022. Se perder essa queda de braço, Bivar deixará de mandar na legenda que criou há 25 anos.
O Partido Social Liberal (PSL) foi fundado em outubro de 1994, mas o registro oficial no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) só veio em junho de 1998. Como muitas siglas nanicas, o partido sempre teve um "dono": Bivar, que antes de ingressar na política era mais conhecido como empresário e como dirigente do Sport Recife.
Bivar presidiu o partido de 1994 a 2018, quando o ex-ministro Gustavo Bebianno assumiu o cargo por alguns meses para comandar a campanha à Presidência de Bolsonaro (o pernambucano retornou à presidência do PSL logo depois).
Ingresso de Bolsonaro no PSL foi exemplo de quem manda no PSL: Luciano Bivar
O ingresso do então deputado Jair Bolsonaro no PSL, em janeiro de 2018, foi um exemplo de quem manda no PSL. A filiação de Bolsonaro era rejeitada pela ala mais liberal e libertária do partido. Autointitulada "Livres", essa ala vinha crescendo dentro da legenda e já estava se tornando majoritária. O partido inclusive já havia anunciado publicamente que mudaria de nome para Livres.
Mas prevaleceu a vontade de Bivar – o que deixou claro quem manda no partido. E Bolsonaro foi aceito. Como consequência, vários integrantes do Livres deixaram a sigla. Inclusive Sérgio Bivar, filho de Luciano, que se desfiliou do partido por discordar da filiação do hoje presidente. Sérgio era o principal entusiasta do Livres e havia levado o grupo de liberais para dentro do partido.
A trajetória de Luciano Bivar na política e sua "grande missão"
Embora esteja na política desde pelo menos 1994, Luciano Bivar venceu apenas duas eleições de forma direta, ambas para deputado federal: em 1998 e em 2018. Na primeira, vez, fez 77.236 votos e foi o oitavo deputado mais votado em Pernambuco. No ano passado, foi o sétimo colocado, com 117.943 votos.
A chegada de Bolsonaro ao PSL ajudou Bivar a recuperar popularidade. Na eleição de 2014, havia feito apenas 24.840 votos, ocupando a 37.ª posição entre os pernambucanos mais votados para a Câmara (o estado tem 25 deputados). Mas, como suplente, ele conseguiu ocupar uma uma cadeira na legislatura 2015-2018 porque o então deputado Kaio Maniçoba, de sua coligação, assumiu um cargo no governo de Pernambuco.
Como deputado, Luciano Bivar se destacou pela defesa do imposto único – que substituiria todos os demais tributos. A ideia voltou a ser discutida neste ano, dentro das propostas para uma reforma tributária.
Dirigente do Sport, e a polêmica do suborno na CBF
A vida pública do empresário Luciano Bivar não começou na política. Mas no futebol. Ele foi cartola do Sport Recife. Presidiu o clube por quatro vezes desde 1989. Uma grande polêmica na qual esteve envolvido como dirigente esportivo ocorreu em 2013, quando admitiu ter subornado membros da CBF para que o volante Leomar, do Sport, fosse convocado para a seleção brasileira – o que costuma valorizar o passe dos atletas, garantindo lucros futuros ao clube.
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