O senador Marcos do Val (Podemos-ES) afirmou nesta quinta-feira (2) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tentou coagi-lo a dar um golpe de estado. A declaração foi feita durante a madrugada em uma live nas redes sociais. Horas depois, ele anunciou que irá deixar a vida política e renunciar ao cargo. O parlamentar se elegeu em 2018 e tem mais quatro anos de mandato.
Marcos do Val nasceu em Vitória (ES), tem 51 anos, e é ex-militar do Exército, onde atuou no 38º Batalhão de Infantaria. Ele se tornou conhecido como instrutor de agentes de segurança pública e privada. Segundo seu site oficial, o parlamentar é mestre em Aikido (2º dan), diplomado e credenciado pela International Aikido Federation, do Japão.
Com essas credenciais, ele fundou o Centro Avançado em Técnicas de Imobilizações (Cati) e ofereceu treinamento a agentes da Swat, Nasa, FBI, Navy Seals e Vaticano. De acordo com seu site oficial, o senador treinou mais de 120 corporações policiais e de segurança em países como Estados Unidos, China, França, Espanha, Luxemburgo, Bélgica, Itália, Portugal, Argentina, Chile, Paraguai, Uruguai, Equador, Colômbia, e outros.
Segundo o parlamentar, ele foi convidado a ingressar na vida política no início de 2018 para “contribuir com a implementação de seus conhecimentos na melhoria das políticas públicas” voltadas, principalmente, para a segurança.
Declaração sobre golpe e renúncia
Marcos do Val foi chamado de "traidor" nas redes sociais após a derrota de de Rogério Marinho (PL-RN) na disputa pela presidência do Senado. Nesta madrugada, ele anunciou que pretende sair "definitivamente da política".
Em uma publicação em sua conta oficial no Instagram, ele afirmou que nos próximos dias deve pedir afastamento do Senado e voltar aos Estados Unidos. Além disso, afirmou que Bolsonaro teria feito pressão para que ele participasse de um golpe.
“Vocês esperem que vou soltar uma bomba. Sexta-feira vai sair na Veja a tentativa do Bolsonaro de me coagir para que eu pudesse dar um golpe de estado junto com ele, só para vocês terem ideia. E é lógico que eu denunciei”, disse o parlamentar.
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