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Protagonista de diversas polêmicas no Brasil ao acusar, sem provas, parlamentares por crimes graves, a jornalista e ex-militante do PT, Patrícia de Oliveira Souza Lélis Boldin, de 29 anos, está sendo procurada pelo Federal Bureau of Investigation (FBI) por suposto golpe milionário ao se passar por advogada nos Estados Unidos.
Lélis teria se passado por advogada especializada em imigração para enganar suas vítimas. Ao todo, a jornalista teria fraudado suas vítimas em 700 mil dólares.
A jornalista é acusada de fraude eletrônica, transações monetárias ilegais e roubo de identidade agravado. Respectivamente, as penas máximas para esses delitos são de 20 anos, 10 anos e 2 anos.
Nesta segunda-feira (15), pela rede social X, Lélis disse ter sido “vítima” de perseguição, supostamente, por parte do governo americano.
Esta não é a primeira vez que a jornalista tem problemas com a Justiça Americana. Em 2019, segundo o site Arrests.org, Lélis foi detida por falsa acusação no estado da Virgínia.
Antes de entrar nos registros da polícia americana, Lélis estampou as manchetes dos jornais brasileiros ao fazer graves acusações, sem provas, contra parlamentares.
Em 2016, quando ainda era estudante de jornalismo, Patrícia Lélis acusou, sem provas, o pastor e deputado Marcos Feliciano (PL-SP) de estupro, assédio e agressão.
Lélis também acusou o então presidente nacional do Partido Social Cristão (PSC), Pastor Everaldo (RJ), e o chefe do gabinete do deputado Feliciano, filiado ao PSC à época, de lhe oferecerem dinheiro para desistir das denúncias.
Na época, foram divulgadas imagens onde o chefe de gabinete, Talma Bauer, e Lélis aparecem discutindo valores. No vídeo, ambos aparecem discutindo uma transação de R$ 50 mil que teriam sido entregues por Bauer a um homem identificado como Artur Mangabeira, namorado de uma amiga de Lélis. Ele, apesar disso, afirma que a transação não aconteceu e que teria sido um “blefe”.
Dias após a divulgação da denúncia, a polícia descartou que Patrícia Lélis tenha sido submetida à cárcere privado pelo chefe de gabinete de Feliciano, conforme havia informado a denunciante.
De acordo com o delegado que investigou o caso, Bauer teria dado o dinheiro para Lélis por ter sido vítima de extorsão.
No ano seguinte, em 2017, Lélis acusou o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) de ameaça e injúria. Em 2021, a polícia concluiu que Lélis mentiu sobre a denúncia. A jornalista foi indiciada pelo crime de denunciação caluniosa.
Em 2018, a então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, chegou a apresentar denúncia contra Eduardo junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo caso. Em 2019, o caso desceu para a primeira instância da Justiça, que rejeitou a acusação por falta de provas. Um laudo pericial da polícia identificou possível simulação da troca de mensagens no aplicativo Telegram.
Também em 2018, depois de ensaiar uma aproximação com o PDT, a jornalista foi candidata à deputada federal pelo PROS no estado de São Paulo, mas não foi eleita. Lélis teve 1.605 votos.
Em 2021, a jornalista passou a ser alvo de uma investigação do PT, partido ao qual se filiou depois de deixar o PSC, por postagens consideradas “transfóbicas” pela sigla.
"Externamos nosso repúdio às postagens publicadas por Patrícia Lélis e informamos que vamos aplicar ao caso as normas estatutárias cabíveis, de forma a deixar claro que o PT jamais compactuará com narrativas de ódio e preconceito como é a transfobia", disse o PT em nota à época.
Lélis virou alvo da ira da militância ao criticar o uso do banheiro feminino por uma “mulher trans”, nos EUA.
Patrícia Lélis disse que sua fala foi retirada de contexto.
“Ficou parecendo que eu sou uma pessoa que defende a morte das mulheres trans ou que elas não tenham empregos e liberdade e não é nada disso. Eu, como mulher, só acho complicado esse assunto de, por exemplo, uso de banheiros”, disse a jornalista ao se defender.
A justificativa não convenceu, e Patrícia Lélis foi expulsa do partido.