A deputada federal e vice-presidente do PL Mulher nacional, Amália Barros (PL-MT), faleceu na madrugada deste domingo (12) após 11 dias internada para tratar de complicações causadas por uma cirurgia para a retirada de um nódulo no pâncreas. A parlamentar tinha 39 e exercia o primeiro mandato na Câmara dos Deputados, tendo a defesa dos direitos de pessoas com deficiência como principal bandeira.
Amália Barros era próxima da família Bolsonaro e mantinha grande amizade com a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, da qual recebeu apoio para sua candidatura na eleição de 2022. Em várias das ocasiões em que Jair Bolsonaro se deslocou para o Mato Grosso, o ex-presidente se hospedou na fazenda da deputada.
Neste sábado (11), durante evento do PL Mulher em Aracaju, no Sergipe, Michelle pediu orações para Amália. “Ela já passou por 15 cirurgias para não perder o globo ocular. Perdeu o rim nessa estrada, lutando pela vida. Ela é forte e eu peço que vocês orem por ela. Para que ela tenha vida para continuar a missão dela”, disse a ex-primeira-dama.
Na manhã deste domingo, Michelle publicou nas redes sociais: “Vou te amar para sempre, minha amiga. Você está nos braços do Pai”.
Mandato dedicado às pessoas com deficiência e à oposição ao atual governo
Nascida em Mogi Mirim (SP), a deputada era formada em Jornalismo. Em 2022, foi eleita com mais de 70.294 – aproximadamente 5% dos votos do estado. Na Câmara, atuou em importantes comissões, como Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência, Direitos da Mulher e Educação.
Enfrentou uma série de desafios ao longo da vida, incluindo a perda da visão do olho esquerdo aos 20 anos devido a uma toxoplasmose. Após 15 cirurgias, teve que remover o olho e passou a utilizar uma prótese ocular a partir de 2016.
Essa experiência pessoal moldou sua atuação política, e a tornou uma defensora das questões relacionadas à toxoplasmose e à visibilidade das pessoas monoculares. Seu gesto característico de cobrir o olho esquerdo com a mão se tornou uma marca das suas atividades.
A deputada foi responsável por inspirar a Lei 14.126/2021, conhecida como Lei Amália Barros, que reconhece a visão com apenas um olho como uma deficiência sensorial. Além disso, fundou o Instituto Amália Barros, posteriormente renomeado como Instituto Nacional da Pessoa com Visão Monocular, que promove campanhas de doação de próteses oculares e oferece assistência às pessoas monoculares.
Ao longo do seu mandato atuou com bastante ênfase em causas ligadas a pessoas com deficiência e outras relacionadas à saúde. Atuou de forma crítica ao atual governo e em apoio a pautas alinhadas ao conservadorismo e liberalismo.
Em 2023, tornou-se vice-presidente nacional do PL Mulher por convite de Michelle Bolsonaro, que preside o grupo, cujo objetivo é aumentar a presença de mulheres conservadoras na política.
O velório de Amália ocorre neste domingo às 16h em um salão da prefeitura de Mogi Mirim, e o sepultamento está marcado para esta segunda às 11h, no Cemitério Municipal da Saudade, no mesmo município.
Quem deve assumir a vaga da parlamentar é Nelson Barbudo (PL-MT), que é primeiro suplente do partido de Bolsonaro.
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