O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) já tem um candidato para a disputa da presidência da Câmara dos Deputados em fevereiro do ano que vem. Expoente do Centrão, o deputado Arthur Lira (PP-AL) deve concorrer ao cargo com a benção do Palácio do Planalto. Enquanto isso, o atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) tenta costurar alianças para emplacar um sucessor.
Pelo menos três nomes são apontados como potenciais candidatos de Maia à presidência da Câmara: Luciano Bivar (PSL-PE), Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e Baleia Rossi (MDB-SP). Os três almoçaram com Maia em São Paulo nesta semana para discutir a eleição da Mesa Diretora de 2021.
O favorito entre os três é Baleia Rossi. O emedebista é líder na Câmara e presidente nacional do MDB desde o ano passado. Ele costuma acompanhar Maia em reuniões com ministros do governo Bolsonaro e exerce o segundo mandato na Câmara. O fato de Baleia Rossi manter independência do governo e defender o teto de gastos é visto com bons olhos por Maia.
Apesar de conversar bem com a oposição, Baleia Rossi sofre resistência de partidos de esquerda. O PT, por exemplo, classifica o deputado como muito próximo ao ex-presidente Michel Temer (MDB). Baleia Rossi votou a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2016. Ele também votou contra as duas denúncias apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Temer.
Luciano Bivar também está no páreo
O presidente do PSL, Luciano Bivar também está no páreo para receber a benção de Maia para se candidatar. Em entrevista ao site Antagonista, o vice-presidente nacional do PSL, Julian Lemos, defendeu que Bivar seria “o candidato ideal” para suceder Maia.
“Não tenho dúvida alguma de que o Bivar poderia equilibrar as forças dentro da Casa, pela experiência política que ele tem e por circular em todas as áreas. É um deputado que impõe respeito”, disse Lemos.
Bivar atualmente é 2.º vice-presidente da Câmara. O PSL, embalado pela eleição do presidente Jair Bolsonaro em 2018, elegeu a segunda maior legenda da Casa - atualmente empata com o PT, em primeiro lugar.
Depois do racha com a saída de Bolsonaro do partido, 12 dos 53 deputados da bancada do PSL na Câmara foram suspensos por um ano - até março do ano que vem. Integrantes do partido - incluindo Bivar - são investigados pela Polícia Federal por candidaturas laranjas de mulheres na eleição de 2018. Ele nega irregularidades.
Aguinaldo Ribeiro vai precisar travar disputa interna
Já o terceiro possível candidato de Maia, Aguinaldo Ribeiro, vai precisar travar uma batalha interna no PP se quiser concorrer à presidência da Câmara. Ele é do mesmo partido de Arthur Lira, principal candidato do Palácio do Planalto para a disputa.
Aguinaldo espera contar com o apoio do presidente do partido, Ciro Nogueira, caso queira se candidatar ao posto. Ele foi ministro das Cidades no governo Dilma Rousseff (PT) e atualmente é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) em um processo da operação Lava Jato.
Conta a favor dele o trânsito com deputados da oposição, que poderia garantir votos no plenário. No início do ano, ele era apontado como favorito de Maia para a presidência da Câmara, mas com o passar dos meses perdeu favoritismo para Baleia Rossi.
Outros nomes também já surgiram
Há, ainda, outros nomes que tentam emplacar uma candidatura à presidência da Câmara no ano que vem. Entre eles está Marcelo Ramos (PL-AM), que foi presidente da comissão da reforma da Previdência.
Nesta quinta-feira (12) ele afirmou nas redes sociais que seria “uma honra e uma oportunidade muito grandes para dar ainda mais voz ao Amazonas” aceitar o desafio de presidir a Casa. Ele disse, ainda, que tem sido “ estimulado por uma parcela de parlamentares” a concorrer ao cargo.
“Vou buscar o consenso, sim, para viabilizar minha candidatura, cuja proposta central será a celeridade na apresentação de pautas importantes para a superação das crises sanitária e econômica e redução das desigualdades sociais”, disse o deputado.
Presidente da Bancada da Bala, o deputado Capitão Augusto (PL-SP) também já lançou candidatura à presidência da Câmara. O deputado chegou a distribuir santinhos entre os colegas em campanha para o cargo.
Já o Republicanos mantém a candidatura de Marcos Pereira (SP) para o cargo, ao menos por enquanto. Mas ele enfrenta oposição de alas da esquerda por ter sido aliado do bispo Edir Macedo.
Candidatos de Bolsonaro
Lira não é o único possível candidato que teria a bênção do Palácio do Planalto. Aliados de Bolsonaro tentaram convencer a ministra da Agricultura, Tereza Cristina (DEM), a voltar ao cargo de deputada federal para concorrer à presidência da Câmara como candidata do governo. Mas a negociação não avançou e ela deve permanecer à frente do Ministério.
Caso Lira chegue muito desgastado para a disputa, que ocorre em fevereiro do ano que vem, o Planalto já trabalha com um plano B. É o ministro das Comunicações e deputado licenciado, Fábio Faria (PSD-RN). Ele passou a ser cogitado após a recusa de Tereza Cristina deixar o cargo de ministra para disputar o comando da Câmara. Faria já chegou a ser sondado sobre o assunto, mas por enquanto ainda apresenta resistência.
Eleição da CMO é prévia para disputa do ano que vem
A disputa pelo comando da Comissão Mista do Orçamento (CMO) é uma prévia para a disputa pelo comando da Câmara no ano que vem.
No início do ano foi firmado um acordo para que a CMO fosse presidida por Elmar Nascimento (DEM-BA). O presidente da Câmara quer emplacar Elmar no comando do colegiado.
Já o centrão, liderado por Arthur Lira, pressiona pela escolha da deputada Flávia Arruda (PL-DF). O impasse já levou à obstrução das votações no plenário.
Quem vencer a disputa - Maia ou Lira - se fortalece para a eleição de fevereiro de 2021.
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