Com a saída do senador Fernando Bezerra (MDB-PE) da liderança do governo no Senado, o Palácio do Planalto já começa a trabalhar em possíveis nomes para assumir o posto a partir do ano que vem. O cargo tem como principal função promover a articulação junto aos demais partidos para que pautas de interesse do Executivo avancem na Casa.
Diante disso, nomes de aliados como do senador Marcos Rogério (DEM-RO), Jorginho Mello (PL-SC), Márcio Bittar (PSL-AC) e até do ex-presidente do Senado Davi Alcolumbre (DEM-AP) despontam como favoritos para o cargo. O Senado costuma impor diversas derrotas ao governo Bolsonaro e, por isso, aliados do governo defendem que o próximo líder precisa ter bom trânsito entre todas as bancadas.
De férias no Guarujá, no litoral paulista, o presidente Jair Bolsonaro (PL) só deve anunciar o escolhido após as festas de final de ano. Até lá, o presidente pretende se reunir com ministros como Ciro Nogueira, da Casa Civil, e Flávia Arruda, da Secretaria de Governo, para tratar sobre o tema. As duas pastas são responsáveis pela articulação do Executivo junto ao Congresso Nacional.
Alcolumbre está cotado mesmo após travar sabatina de André Mendonça
Distante do Palácio do Planalto desde a crise gerada pelo atraso na sabatina de André Mendonça, indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente do Senado Davi Alcolumbre passou a ter o nome defendido por aliados do governo para assumir a liderança. No comando da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o senador do Amapá travou a sabatina de Mendonça por mais de quatro meses no colegiado.
No entanto, integrantes do Planalto defendem que Alcolumbre sempre foi próximo do governo enquanto comandava o Senado e tem bom trânsito entre todos os partidos do Congresso. Entre os defensores do senador está o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, que tem trabalhado nos bastidores pela indicação.
Nogueira tem mandato de senador, mas se afastou do cargo para assumir a Casa Civil. Aos seus interlocutores, o ministro tem afirmado que Alcolumbre seria um bom nome para a liderança devido a seu poder de articulação com todos os partidos da Casa.
Além disso, ele era o responsável pela distribuição das emendas de relator enquanto esteve no comando do Senado, portanto teria capacidade de negociar a aprovação de matérias de interesse do governo em ano eleitoral. De acordo com o Orçamento de 2022, o Congresso terá mais de R$ 16 bilhões reservados paras as emendas de relator.
Marcos Rogério conta com simpatia de Bolsonaro
Principal aliado do Palácio do Planalto, o senador Marcos Rogério ganhou destaque pela defesa intransigente do governo durante a CPI da Covid. Segundo integrantes do Executivo, o senador tem sido um dos principais cotados pelo presidente Bolsonaro para o posto da liderança.
Contudo, integrantes do Planalto argumentam que pesa contra Rogério o pouco trânsito com os demais partidos do Senado. A expectativa é de que o senador deixe o DEM, que está em processo de fusão com o PSL para criação do União Brasil, e se filie ao PL, mesmo partido de Bolsonaro.
Aliados do governo defendem que o próximo líder do governo no Senado seja um nome que não irá disputar nenhum cargo eletivo no ano que vem. Com mandato de senador até 2027, Marcos Rogério tenta se viabilizar como candidato ao governo de Rondônia no ano que vem. Mas o senador já sinalizou que pode abrir mão da candidatura para assumir a liderança em 2022.
Outro aliado na Casa que também conta com a simpatia do Palácio do Planalto é o senador Jorginho Mello. No entanto, o parlamentar já sinalizou que pretende focar na sua candidatura ao governo de Santa Catarina no próximo ano, o que inviabilizaria assumir a liderança no Senado.
Relator do Orçamento de 2021, nome de Marcio Bittar também é ventilado
Responsável pela relatoria do Orçamento de 2021, o senador Márcio Bittar (PSL-AC) trabalha nos bastidores para ser indicado ao posto. O parlamentar conta com a simpatia do Palácio do Planalto e já defendeu diversas pautas do governo, entre elas a do chamado tratamento precoce durante a pandemia e a realização de atividades de mineração em terras indígenas.
Eleito pelo MDB, Bittar deixou o partido para se filiar ao PSL depois de que integrantes emedebistas criticaram seu alinhamento com o governo. Com prestígio junto ao Planalto, o senador foi escolhido relator do projeto de privatização dos Correios, uma das principais pautas do governo para o próximo ano.
Integrantes do governo defendem que Bittar seria um bom nome, pois conseguiu construir o relatório do Orçamento de 2021 diante de diversos embates com outros partidos. Apesar disso, colegas do Senado avaliam que o senador não conseguiu avançar com o acordo para a privatização dos Correios e que, por isso, seu nome seria o menos provável para ocupar o posto de líder.
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