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Indiciamentos

Quem são os indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado

Bolsonaro, 8 de janeiro, explosões, pacificação
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) (Foto: Carolina Antunes/PR)

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A Polícia Federal (PF) divulgou, na tarde desta quinta-feira (21), a lista de indiciados na investigação que apurou suposto golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. A lista é composta por 37 nomes, em sua maioria, militares. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é um dos indiciados.

Além dele, advogados, ex-ministros e ex-assessores do ex-mandatário também constam na relação. De acordo com a Polícia Federal, todas as pessoas citadas foram “indicadas pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa”.

Quem são os 37 indiciados pela Polícia Federal

Ailton Gonçalves Moraes Barros: capitão reformado, advogado, eleito deputado estadual suplente pelo PL do Rio de Janeiro se apresentando como o '01 do Bolsonaro'. Foi preso pela Polícia Federal acusado de intermediar inserção de dados ilegal no cartão de vacinação da Covid. 

Alexandre Castilho Bitencourt da Silva: oficial da arma de infantaria formado em 1997. Foi um dos nomes identificados pela Polícia Federal como participantes da redação de uma carta de oficiais da ativa que tinha o objetivo de pressionar o comandante do Exército em 2022, general Marco Antônio Freire Gomes, para que ele colaborasse com os que pediam golpe de Estado para a manutenção de Jair Bolsonaro no poder após a derrota na eleição presidencial.

Alexandre Rodrigues Ramagem: delegado de polícia, foi diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo Jair Bolsonaro e atualmente é deputado federal pelo Rio de Janeiro. Também foi candidato a prefeito da cidade do Rio de Janeiro em 2024. 

Almir Garnier Santos: foi comandante da Marinha de 9 de abril de 2021 a 30 de dezembro de 2022. Antes disso, Garnier ocupou o cargo de assessor especial militar em quatro ministérios da Defesa durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), entre os anos de 2014 e 2016. É doutor em Política e Estratégia Marítimas e mestre em Pesquisa Operacional. 

Amauri Feres Saad: advogado apontado no relatório da CPMI do 8 de janeiro como coautor da minuta para o suposto golpe apresentada ao então presidente Jair Bolsonaro (PL) no final de 2022.                                        

Anderson Gustavo Torres: foi ministro da Justiça e Segurança Pública entre 30 de março de 2021 e 31 de dezembro de 2022, durante o governo Jair Bolsonaro. Também foi secretário de Segurança Pública do Distrito Federal. Chegou a ser preso acusado de omissão diante dos atos criminosos de 8 de janeiro. 

Anderson Lima De Moura: coronel da ativa do Exército, teria sido um dos autores da chamada “Carta ao Comandante do Exército de Oficiais Superiores da Ativa do Exército Brasileiro” feita para pressionar a cúpula do Exército a aderir a suposto plano de golpe                         

Angelo Martins Denicoli: major da reserva do Exército, foi assessor especial na Prodesp, empresa pública de TI do estado de São Paulo. Na gestão do ex-ministro Eduardo Pazuello, o militar também foi diretor do Departamento de Monitoramento e Avaliação do Sistema Único de Saúde (SUS) do Ministério da Saúde. Foi alvo de busca e apreensão na Operação Tempus Veritatis

Augusto Heleno: general da reserva do Exército, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência (GSI) durante o governo Bolsonaro. 

Bernardo Romão Corrêa Netto: coronel do Exército, chegou a ser preso pelos atos de 8 de janeiro de 2023, é integrante do grupo de elite chamado de "kids pretos".

Carlos Cesar Moretzsohn Rocha: dono do Instituto Voto Legal, entidade contratada pelo PL para questionar a segurança das urnas eletrônicas durante as eleições de 2022. 

Carlos Giovani Delevati Pasini: coronel da reserva, teria sido um dos autores da chamada “Carta ao Comandante do Exército de Oficiais Superiores da Ativa do Exército Brasileiro” feita para pressionar a cúpula do Exército a aderir a suposto plano de golpe.

Cleverson Ney Magalhães: coronel do Exército e ex-oficial do Comando de Operações Terrestres (Coter).

Estevam Cals Theophilo Gaspar De Oliveira: fez parte do Alto Comando do Exército até novembro de 2023, quando entrou para a reserva, e foi comandante de Operações Terrestres (Coter). També, foi alvo da Operação Tempus Veritatis. Segundo a PF, ele seria o responsável pelo "emprego do Comando de Operações Especiais (COpESP)", os “kids pretos”, no suposto plano de golpe. 

Fabrício Moreira De Bastos: coronel do Exército e supostamente envolvido com Carta ao Comandante do Exército de Oficiais Superiores da Ativa do Exército Brasileiro”.

Filipe Garcia Martins: ex-assessor para assuntos internacionais do governo Bolsonaro. Ele é acusado por suposta participação no caso da minuta do decreto que previa estado de defesa ou de sítio e a convocação de novas eleições presidenciais em 2022. Foi preso em fevereiro deste ano porque seu nome estava em um documento editável encontrado no computador do tenente-coronel Mauro Cid. De acordo com o documento, Martins estaria na lista de passageiros de um voo presidencial com destino a Orlando (EUA) marcado para 30 de dezembro de 2022. Foi solto em liberdade provisória, com uso de tornozeleira eletrônica, em 9 de agosto.

Fernando Cerimedo: empresário argentino que fez uma live em novembro de 2022, na qual apontou, sem provas, supostas fraudes nas urnas eletrônicas. 

Giancarlo Gomes Rodrigues: militar do exército que atuou na Abin durante a gestão de Ramagem. Foi alvo da PF na operação que investiga um suposto esquema de espionagem ilegal de autoridades.  

Guilherme Marques De Almeida: tenente-coronel do Exército, foi um dos alvos da Operação Tempus Veritatis.  

Hélio Ferreira Lima: tenente-coronel do Exército, foi preso durante a Operação Contragolpe. Fazia parte em 2022 do grupo “kids pretos”, formado por militares das Forças Especiais.

Jair Messias Bolsonaro: ex-presidente da República (2019 a 2022), ex-deputado, ex-vereador do Rio de Janeiro e capitão da reserva do Exército. Foi declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral em 2023 por abuso de poder político e econômico nas comemorações do Bicentenário da Independência, realizadas no dia 7 de setembro de 2022 em Brasília (DF) e no Rio de Janeiro (RJ) e por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação por reunião convocada com embaixadores. 

José Eduardo De Oliveira E Silva: padre católico. Segundo a PF, ele teria participado de uma das reuniões sobre o plano do suposto golpe no Palácio do Planalto. No começo do mês de novembro, em depoimento à PF, ele teve o celular vasculhado e não pode ter acesso a uma cópia do depoimento. 

Laercio Vergílio: general da reserva do Exército. Apontado pela participação no planejamento intelectual para uma suposta prisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. 

Marcelo Bormevet: agente da PF, comandou o Centro de Inteligência Nacional (CIN) durante a gestão de Ramagem, investigado pelo “Abin paralela".  

Marcelo Costa Câmara: coronel do Exército, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. 

Mario Fernandes: general do Exército, foi preso na Operação Contragolpe pela articulação do suposto plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre Moraes. 

Mauro Cesar Barbosa Cid: tenente-coronel do Exército, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Foi preso pela primeira vez em maio de 2023 acusado de falsificar dados no cartão de vacinação, mas foi solto após acordo de delação premiada homologada em setembro de 2023 pelo ministro Alexandre de Moraes. Foi preso novamente em março de 2024, após vazamento de áudios nos quais Cid reclamava do tratamento de Moraes e investigadores, e solto em maio. Foi convocado a prestar novos esclarecimentos a Moraes nesta quinta-feira (21), mas o acordo de delação foi mantido.

Nilton Diniz Rodrigues é o atual comandante da 2ª Brigada de Infantaria de Selva, na Amazônia. Ele trabalhou como assistente do general Freire Gomes, que comandou o Exército entre março e dezembro de 2022, fim do governo Bolsonaro. 

Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho: comentarista político de direita. É neto do general João Batista Figueiredo, o último presidente do regime militar. 

Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira: general do Exército, ex-ministro da Defesa, ex-comandante do Exército. 

Rafael Martins de Oliveira: tenente-coronel do Exército, lotado nas Forças Especiais. Foi preso em fevereiro. 

Ronald Ferreira De Araujo Junior: tenente-coronel do Exército  

Sergio Ricardo Cavaliere De Medeiros: tenente-coronel do Exército. De acordo com a investigação, Cavaliere integraria o núcleo responsável por organizar reuniões de planejamento e execução de medidas para manter manifestações em frente aos quartéis, incluídos a mobilização, a logística e o financiamento de militares das forças especiais, em Brasília. 

Tércio Arnaud Tomaz: ex-assessor de Bolsonaro e considerado um dos pilares do chamado “gabinete do ódio”. Na investigação sobre o golpe de Estado, Tomaz teve o celular apreendido em fevereiro de 2024. Em investigações anteriores, sobre contas falsas no Facebook, Tércio Arnaud Tomaz foi apontado como administrador de alguns dos perfis que teriam divulgado fake news.  

Valdemar Costa Neto: presidente nacional do PL, partido de Bolsonaro. Foi deputado federal por São Paulo durante seis mandatos. Renunciou após ser condenado pelo mensalão.

Walter Souza Braga Netto: general da reserva do Exército, foi ministro da Casa Civil e da Defesa durante o governo Bolsonaro. Era o candidato a vice-presidente na chapa do PL que disputou a reeleição em 2022. Também atuou como interventor federal no Rio de Janeiro entre 2018 e 2019, na gestão de Michel Temer. Foi declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral em 2023 por abuso de poder político e econômico nas comemorações do Bicentenário da Independência, realizadas no dia 7 de setembro de 2022 em Brasília (DF) e no Rio de Janeiro (RJ).

Wladimir Matos Soares: integrou o setor de inteligência da Secretaria da Secretaria de Segurança Pública da Bahia em 2008 e atuou na Polícia Federal em Salvador antes de ser transferido para Brasília. Foi preso na quarta-feira (20) por planejar o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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