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No segundo ano do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Real enfrentou forte instabilidade e registrou uma desvalorização de 21,82% frente ao dólar, segundo o índice Ptax, usado como referência para contratos no mercado internacional. Na segunda-feira (30) a moeda americana fechou o ano cotada em R$ 6,179.
O desempenho anual fez do Real a moeda com a maior queda entre 27 economias analisadas pela consultoria Elos Ayta obtendo um dos piores desempenhos entre as moedas analisadas pelo mundo.
Internamente, foi o pior desempenho do Real desde 2020 e o terceiro mais expressivo desde 2010, ficando atrás apenas das quedas de 31,98% em 2015, durante o segundo mandato de Dilma Rousseff (PT), e de 22,44% em 2020, no auge da pandemia de Covid-19 durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).
Analistas destacam que o resultado reflete desafios internos e externos. Globalmente, o fortalecimento do dólar foi impulsionado por aumentos nas taxas de juros nos Estados Unidos e pelas expectativas criadas com a vitória de Donald Trump, que sinalizou possíveis políticas protecionistas e maior inflação no país.
Internamente, a situação foi agravada pelo pacote fiscal apresentado no fim do ano, que gerou incertezas no mercado, resultando na saída de capitais e ampliando a pressão sobre a moeda brasileira.
Para o analisa Einar Rivero, da Elos Ayta, “o desempenho do Real em 2024 evidencia a volatilidade da economia nacional e ressalta a necessidade de políticas econômicas consistentes para garantir maior previsibilidade e segurança aos agentes financeiros”.
Para 2025, especialistas acreditam que a recuperação do Real dependerá de uma série de fatores, como a implementação de reformas estruturais e um compromisso firme com a responsabilidade fiscal. Um ambiente global mais estável também será essencial para reduzir as pressões sobre a moeda brasileira.