Ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais), ao centro, e os deputados André Fufuca (à esquerda) e Silvio Costa Filho (à direita)| Foto: Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República
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O embarque do deputado André Fufuca (PP-MA), líder do partido na Câmara, e do deputado Sílvio Costa Filho (Republicanos-PE) cacifou a entrada no Centrão no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Eles assumirão os ministérios do Esporte e o de Portos e Aeroportos, respectivamente, antes ocupados por Ana Moser e Márcio Franca (PSB). Mas a reforma promovida por Lula pode não ser suficiente para aumentar a governabilidade do Planalto no Congresso.

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Essa é a opinião do cientista político Adriano Cerqueira, docente no Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (IBMEC). Para ele, são pastas de pouca visibilidade e as alterações na Esplanada não serão suficientes para angariar apoio expressivo no Congresso.

“Acho essa mudança ministerial muito fraca para consolidar um apoio expressivo, tanto do PP quanto do Republicanos ao governo do Lula. São ministérios de baixa expressão, ministérios que não têm tanta visibilidade. Penso que o Lula está fazendo uma leitura de um passado para uma situação que mudou muito”, disse o cientista político.

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E acrescentou: “O Republicanos e o PP possuem hoje uma perspectiva mais de poder do que propriamente de cargos. Eles estão pensando mais alto. Claro que estão aí disponíveis para ajudar o governo, mas não é uma ajuda incondicional. E não envolve só ter um ministério ou um cargo, envolve também uma pauta de governo. Esse é o maior problema que Lula enfrenta nesse atual governo. Ele quer impor a sua agenda de governo, só que o Congresso e Câmara dos Deputados têm uma outra agenda”.

Além do ministério, o PP também quer a Caixa Econômica Federal. Já o Republicanos negocia para comandar a Fundação Nacional da Saúde (Funasa). Os nomes ainda não foram anunciados pelo governo, o que pode ocorrer na próxima semana.

A entrada dos partidos também é vista como algo inédito, visto que PP e Republicanos formaram coalizão com o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022 e até então eram considerados de oposição a Lula.

Com pautas importantes no Congresso, como a Reforma Tributária e a Reforma Administrativa, o governo mira aumentar a base de apoio no Legislativo e evitar o sufoco passado no primeiro semestre. Nesse período, os deputados barraram decretos que mudavam o Marco do Saneamento, aprovaram a MP da Mata Atlântica e deixaram caducar Medidas Provisórias importantes para o Planalto: MP do Coaf, MF da Funasa e MP do Carf.

O principal argumento dos deputados era o de que o governo não era eficiente nas articulações políticas. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), chegou a cobrar de Lula maior diálogo com os congressistas. Prometida deste julho, a reforma ministerial vinha sendo protelada por Lula. O Planalto precisou negociar com os partidos aliados, como o próprio PT e PSB, para ceder espaços para o Centrão.

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Silvio Costa Filho: próximo ao governo em um partido de oposição

No governo Bolsonaro, Costa Filho foi vice-presidente da comissão especial da reforma da Previdência, que foi aprovada ainda no início do mandato. Foi ainda relator da proposta de autonomia do Banco Central na Câmara dos Deputados.

A escolha de Silvio Costa Filho para integrar a pasta não teve tanta resistência da base. Desde o início do novo mandato de Lula (PT), ele atua como voz dissonante na bancada por buscar aproximar o Republicanos do governo.

Filho do ex-deputado federal Silvio Costa, o novo ministro sempre teve uma aproximação com Lula e o PT. Ele se elegeu para a Câmara dos Deputados, em 2018, endossando a candidatura de Bolsonaro. Em 2022, no entanto, decidiu apoiar Lula.