No esforço de tentar aprovar a reforma da Previdência, o governo informou que criará um gabinete no Congresso para tirar dúvidas de parlamentares sobre a proposta. Técnicos do Ministério da Economia serão deslocados para a sala reservada no Parlamento, onde ficarão à disposição dos deputados e senadores interessados no principal projeto do presidente Jair Bolsonaro.
A estratégia foi anunciada nesta quinta-feira (2) pela líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), e pelo secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho. "Temos tempo hábil ainda para aprovar nesse primeiro semestre aqui na Câmara. As costuras [política] são feitas exatamente para isso. A nossa preocupação é votar no primeiro semestre com o tamanho que nós precisamos", disse Joice.
A líder do governo voltou a repetir que a meta da equipe econômica é conseguir reduzir em R$ 1 trilhão os gastos públicos em dez anos.
Líderes de pelo menos 12 partidos já se posicionaram contra as mudanças nas regras do BPC (benefício pago a idoso carente) e da aposentadoria rural. Isso representaria uma desidratação de R$ 101,2 bilhões na estimativa de economia de R$ 1,2 trilhão com a reforma da Previdência em uma década.
Nesta quinta, o MDB se juntou ao grupo de partidos que reprovam qualquer mudança no BPC e na aposentadoria rural. E acrescentou ser contrário a modificações nos critérios para aposentadorias de professores.
Sexta maior bancada da Câmara, a sigla do ex-presidente Michel Temer falhou ao tentar aprovar uma reforma da Previdência. O MDB é a favor de ajustes na Previdência Social e redução dos gastos com aposentadorias e pensões, além de defender a criação de uma idade mínima para aposentadoria.
A líder do governo Joice Hasselmann reconhece que, diante da posição dos partidos, a proposta deverá ser alterada, mas com critérios rígidos. "O BPC e o rural já estão nas nossas contas. Se a gente começa a abrir concessão em todos os pontos, a gente faz uma reforma mais magra do que precisamos".
Marinho, no entanto, insiste que ainda é possível convencer parlamentares e conseguir que as medidas para o benefício assistencial e endurecimento dos critérios de aposentadoria para trabalhadores do campo sejam mantidas. "Não é possível que o governo não defenda o que apresentou. E nós vamos defender".
Instalada na semana passada, a comissão especial da Câmara é a segunda etapa para o governo aprovar a reforma da Previdência no Congresso. O gabinete começará a funcionar na terça (7), mesmo dia em que a comissão começará a trabalhar. A estratégia de levar técnicos ao Congresso está também ligada a buscar votos a favor da proposta no plenário da Câmara.
Após passar pelo colegiado, a reforma da Previdência precisa de 308 votos no plenário. O governo quer começar a articular e monitorar esse placar enquanto a proposta é discutida na comissão especial.
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