Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Assunto Capital

Reforma quer simplificar impostos, mas é melhor ter sistema difícil e não pagar mais, diz deputado

O deputado federal Gilson Marques (Novo-SC), o único parlamentar brasileiro que segue o libertarianismo do presidente eleito da Argentina, Javier Milei, afirmou que a reforma tributária brasileira não deveria ser aprovada nos moldes em que está sendo discutida no Congresso.

Segundo ele, a simplificação de impostos que vem sendo a base para a defesa da reforma tributária em votações na Câmara e no Senado é pouco eficaz. Isso porque reduz o número de impostos de cinco para quatro e deve aumentar o valor total de tributos pagos pelos cidadãos.

"Eu não quero um sistema que simplifique e que seja mais eficaz para me prejudicar. Por que eu quero um sistema que simplifique mais para eu pagar mais? Eu prefiro um que ele seja mais complexo. Se for para pagar mais, eu quero um que seja mais difícil", afirmou Marques durante entrevista ao programa Assunto Capital, da Gazeta do Povo, na quarta-feira (22).

Ele se refere ao fato de que os cinco atuais impostos PIS, Cofins e IPI (federais); ICMS e ISS (estaduais e municipais) serão substituídos por quatro outros: o IVA (Imposto sobre Valor Agregado), que é composto por CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) e IBS (Imposto Sobre Bens e Serviços); o IS (Imposto Seletivo), também chamado de imposto do pecado por incidir sobre bebidas e cigarros); e o imposto estadual sobre produtos primários e semielaborados.

Como a alíquota do IVA ainda não foi definida, não é possível saber qual será a carga tributária final sobre o cidadão, mas estudos apontam que ela pode ser superior a 27,5%, o que a torna a maior do mundo e 70% acima da média global.

"Se não tem alíquota, como alguém pode ser a favor de algo que não sabe o que é? É como você comer uma sopa que não sabe do que é feita, nem se você vai gostar. A única coisa que você sabe é que não confia no cozinheiro", disse o deputado, que votou contra a reforma tributária na Câmara.

Ele aponta ainda que, independente da alíquota, a reforma vai ocasionar a elevação do IPTU nos municípios, que poderá ser feita pelos prefeitos por decreto, sem a necessidade de aprovação pelo Legislativo.

Representante do libertarianismo, Marques diz que o governo tem que cobrar o mínimo de impostos possível, pois o dinheiro tem que ficar em poder dos cidadãos e não dos políticos.

Ele também desmistificou a classificação do libertarianismo como ideologia de ultra-direita ou fascista por canais de mídia e disse que a teoria política tem tudo a ver com o Brasil. Veja a entrevista completa.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.