O senador Irajá (PSD-TO) afirmou que tem os votos necessários para aprovar o projeto de lei (PL 2.234/22) que pretende legalizar os jogos de azar no Brasil. Porém, a oposição alega que o texto será rejeitado diante de tantos riscos que pode trazer para a população.
Irajá é o relator da proposta que autoriza o funcionamento de cassinos e bingos, além de legalizar o jogo do bicho e apostas em corridas de cavalos.
O projeto foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) por um placar bastante apertado - 14 votos a favor e 12 contrário. A expectativa é que seja apreciado no plenário no esforço concentrado da 1ª semana de setembro.
“O texto está maduro para ser apreciado e votado. Estou convencido de que já temos os votos para aprovar o projeto, que é importante para o Brasil“, afirmou o senador em entrevista ao Poder 360 nesta quarta-feira (21).
De acordo com o Irajá, o Brasil e a Indonésia são os únicos países do G20 (grupo das 20 maiores economias do mundo), que ainda não legalizaram os jogos e apostas. “Até a Arábia Saudita, uma nação muçulmana, já o fez.”, disse.
A iniciativa autoriza a instalação de cassinos em polos turísticos ou em complexos integrados de lazer, como hotéis de alto padrão com pelo menos 100 quartos, restaurantes, bares e locais para reuniões e eventos culturais. O texto prevê a instalação de um cassino em cada estado e no Distrito Federal. Exceções apenas para os estados de São Paulo (três cassinos), Minas Gerais, Rio de Janeiro, Amazonas e Pará (até dois, cada um).
O projeto tem sido defendido pelo governo federal para ampliar a arrecadação. No parecer da proposta, o senador Irajá mencionou que o mercado de jogos de azar movimentou um valor entre R$8,6 bilhões e R$18,9 bilhões em 2014, e aponta que esse valor poderia chegar a R$31,3 bilhões no ano passado, com base na correção de inflação calculada pelo IPCA no período.
Ao temer os riscos, Girão confia na rejeição do projeto
À Gazeta do Povo, o senador Eduardo Girão (Novo-CE) alertou que o estrago da legalização dos jogos de azar poderá ser maior do que o que já vem sendo causado com relação às "bets", as famosas apostas online, depois da aprovação do Congresso. "O crime organizado está aumentando os seus lucros e lavando dinheiro - manchetes mostrando isso. O brasileiro se endividando, comércio perdendo, isso causa desemprego e transferência de receita aos magnatas. É desumano e injusto", disse.
De acordo com Girão, a maioria dos senadores estão "conscientes" que os riscos poderão agravar muito mais "se o Brasil tiver a volta de 1.000 bingos e 67 cassinos". "É uma tragédia social, econômica e humana, sem precedentes. É um retrocesso completo para o Brasil", reforçou.
Na votação da CCJ, o senador cearense apresentou voto separado pedindo a rejeição da proposta. Ele ressaltou a sua indignação com o fato do Senado querer votar a “legalização da jogatina”. Para ele, o retorno de bingos e cassinos representa uma “tragédia” relacionada à lavagem de dinheiro, corrupção e perdas financeiras para as famílias.
"A volta dos bingos, cassinos, jogo do bicho, é simplesmente devastadora e vai privilegiar os magnatas de fora do país, inclusive. É a socialização do prejuízo para beneficiar o lucro de poucos. Quem vai pagar essa conta é o Brasil. O lobby é poderoso e quer porque quer enfiar goela abaixo, como se isso fosse prioridade do Brasil!", disse Girão.
A própria Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) também já se posicionou contrária à legalização dos jogos de azar. De acordo com a CNBB, são falsos os argumentos de que “a liberação aumentará a arrecadação de impostos, favorecerá a criação de postos de trabalho ou contribuirá para tirar o Brasil da atual crise econômica”, e apoiadores da legalização não consideram problemas e riscos que ela pode trazer ao Brasil.
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF