Nesta quarta-feira (14), ao ouvir as primeiras respostas do chefe do Comando Militar do Planalto no dia 8 de janeiro, general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, a relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura os atos do dia 8, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), pediu que fosse realizada uma acareação entre depoentes. Na ocasião, Dutra apresentou versão distinta do que foi dito por outros três depoentes sobre os planos de retirada dos manifestantes que estavam acampados em frente ao QG do Exército em Brasília.
A senadora exibiu trechos dos depoimentos prestados à CPI dos atos do 8 de janeiro da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) em que o ex-secretário de Segurança do DF, Anderson Torres; a subsecretaria de Operações Integradas, coronel Cíntia Queiroz de Castro; e o ex-comandante do Departamento de Operações da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), coronel Jorge Eduardo Naime, acusam o Comando Militar do Planalto de falhar na execução dos planos para retirada dos manifestantes.
A coronel Cíntia Queiroz disse que a PM recebia autorização do Comando Militar do Planalto apenas para combater o comercio ilegal dentro do acampamento, mas não permitia qualquer ação contra as barracas ou os manifestantes.
O ex-secretário, Anderson Torres, disse que como a área era de atuação exclusiva do Exército, a secretaria de Segurança tentou, por duas vezes, desmobilizar o acampamento, mas foi impedida pelo Comando do Planalto.
O Coronel Naime disse que no dia 29 de dezembro de 2022 colocou mais de 500 policiais à disposição do Exército para retirar o acampamento, mas depois de planejada, a operação teria sido cancelada pelo Exército. O mesmo também teria ocorrido no dia 12 de dezembro, quando o coronel diz ter mobilizado mais de 300 policiais para o mesmo fim.
Hoje, na CPMI, o general Dutra disse que essas operações citadas pelos outros depoentes não foram sequer planejadas.
“Os três (Torres, Naime e Cíntia) estão no mesmo alinhamento [...] Eu li os planos (do Comando do Exército) e a sensação que eu tenho é de que faziam uma reunião, não se formalizava de uma forma transparente e clara e na hora que se chegava para fazer a parte operacional, o senhor desautorizava", disse Eliziane Gama para o general Dutra.
"Acredito que a gente deveria ter acareações nessa Comissão porque é impressionante como alguns depoentes conflitam de forma drástica“, completou a relatora da CPMI ao se mostrar irritada com as respostas do militar.
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