Apesar de usar o caso das joias sauditas para atacar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o presidente Lula (PT) manteve em seu acervo pessoal artigos de luxo presenteados por outros chefes de estado em mandatos anteriores. Entre os artigos, o petista ficou com relógios caríssimos e um colar de ouro branco.
Mesmo incorporados ao acervo privado do presidente, a lista de presentes recebidos pelo petista passou a ser alvo de um processo do Tribunal de Contas da União (TCU) e de uma investigação da extinta Operação Lava Jato.
Em 2016, quando analisou o acervo, o TCU determinou à Secretaria de Administração da Presidência e ao Gabinete Pessoal do Presidente da República que todos os itens recebidos pelo chefe do executivo durante viagens oficiais deveriam ser incluídos no patrimônio da União.
Lula restituiu 453 itens avaliados em mais de R$ 2,2 milhões. A lista incluía esculturas, quadros, tapetes, vasos, louças e outros objetos.
Acontece que no âmbito da Lava Jato foram devolvidos mais 21 objetos e, segundo o jornal O Estado de São Paulo (Estadão), a lista estaria incompleta. De acordo com registros do acervo privado do presidente, a que o Estadão teve acesso, Lula ficou com um relógio Piaget avaliado em R$ 80 mil; outro relógio Cartier Santos Dumont, feito de ouro branco 18 quilates e prata 750, avaliado em quase R$ 60 mil; e um terceiro relógio suiço folheado em prata. Os dois primeiros foram presenteados pelo governo da França, em 2005.
Além dos relógios, o petista também manteve em seu acervo pessoal um colar de ouro branco com detalhes em ouro amarelo e um pingente no formato de gravata. A joia foi entregue em abril de 2004 pela Citic Group Corporation, uma empresa de investimento estatal da China.
Por meio de nota, a Presidência da República disse que não há irregularidades e que Lula não vendeu nenhum dos presentes que recebeu.
Apesar de determinar a devolução dos presentes de grande valor, a decisão do TCU não incluiu artigos de uso personalíssimo, como bonés, camisas, gravatas, perfumes, chinelos, medalhas personalizadas, entre outros. A regra passou a vigorar para os próximos presidentes.
Após a devolução de parte do acervo de Lula, o processo foi arquivado. O Tribunal não conseguiu localizar oito itens no valor de R$ 11,7 mil, mas o montante foi considerado irrelevante.
Ao todo, Lula recebeu 9.037 itens - incluindo os presentes - nos seus dois primeiros mandatos. Os objetos foram armazenados por cinco anos em 11 contêineres ao custo de R$ 1,3 milhão pago pela empreiteira OAS, que teve diretores condenados por corrupção junto com Lula no âmbito da Lava Jato, em 2017.
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