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O pedido de demissão de Sergio Moro do Ministério da Justiça e Segurança Pública já repercute, não só no mundo político.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse que Bolsonaro "está cavando sua fossa". "Que renuncie antes de ser renunciado", afirmou.
O PSDB também emitiu nota sobre a demissão, fazendo críticas ao presidente Jair Bolsonaro. Segundo o partido, "Bolsonaro nunca quis um governo de técnicos qualificados. A queda de Sergio Moro mostra que o presidente quer apenas um governo dos que baixam a cabeça para ele e os filhos, no lugar de agirem pelo país".
Adversário político de Bolsonaro, o governador de São Paulo, João Doria, se manifestou no Twitter.
Também adversário de Bolsonaro, o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, abriu espaço para um possível convite a Moro.
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado – que rompeu com Bolsonaro por conta da pandemia do novo coronavírus – também fez um post sobre a saída do ministro.
O governador do Maranhão, Flávio Dino, destacou as afirmações de Moro quanto a uma tentativa do presidente Jair Bolsonaro em interferir na Polícia Federal (PF).
O governador do Ceará, Camilo Santana, teve posicionamento semelhante ao de Dino.
A Associação dos Magistrados do Brasil (AMB) divulgou nota em que "expressa seu reconhecimento pela gestão responsável de Sergio Moro" à frente da pasta. "Sua carreira na magistratura certamente contribuiu para levar ao Ministério uma visão ampla sobre o sistema de Justiça e a complexa realidade do Brasil", elogiou o texto.
O presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Fernando Mendes, divulgou nota em que se diz "surpreso" com a saída de Moro do ministério em meio à crise do coronavírus. "Apesar de o ministério não ter relação direta com o trabalho do Poder Judiciário Federal, que é independente, esperamos que o próximo chefe da pasta mantenha uma política de Estado, focando nos grandes temas nacionais, como o combate à criminalidade organizada, à corrupção, ao enfrentamento do tráfico de drogas e armas, além de respeitar autonomia da Polícia Federal. Preocupa, principalmente, que o ministro tenha saído alegando alegando a tentativa de pressões políticas na autonomia da PF", diz o texto.
O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, parabenizou Moro pelo trabalho à frente do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Outro ex-integrante do governo, o general Carlos Alberto Santos Cruz disse que Moro é "exemplo de liderança, dignidade e firmeza".
O ex-presidente e senador Fernando Collor classificou as declarações de Moro como "gravíssimas".
Presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Simone Tebet divulgou nota em que afirma que "Moro tem história e histórico para levarmos a sério as declarações bombásticas que ele fez, e que não foram poucas, contra Bolsonaro". No Twitter, completou: "Esse filme nós já conhecemos".
A Frente Parlamentar de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, por sua vez, divulgou texto em que expressa "extremo pesar" pela saída de Moro do ministério. "A decisão do Presidente Jair Bolsonaro de trocar o diretor-geral da Policia Federal, à revelia do ministro Sérgio Moro, não lhe deixou outra saída senão a de pedir a sua exoneração do cargo de Ministro da Justiça e da Segurança Pública. Vemos com preocupação esta postura intransigente do presidente Jair Bolsonaro", diz a nota assinada pelo deputado Capitão Augusto.
O líder do Cidadania na Câmara, Arnaldo Jardim (SP), divulgou texto ainda mais duro, em que afirma que as declarações de Moro ao deixar o cargo são "bastante comprometedoras". "Sergio Moro brilhou como juiz, e vinha brilhando, na Esplanada, no combate ao crime organizado. E, neste instante, a segurança pública nacional perde um grande gestor. Perde o Brasil", disse o deputado.