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O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, lamentou neste sábado (14) a morte do advogado Gustavo Bebianno, ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência. Mourão lembrou que Bebianno esteve desde o início na campanha que elegeu o presidente Jair Bolsonaro e disse que a política "não apaga o bom combate" que travaram juntos. Bolsonaro não se manifestou.
Coordenador da campanha de Bolsonaro em 2018, Bebianno morreu aos 56 anos na madrugada deste sábado em Teresópolis. Segundo o presidente estadual do PSDB, Paulo Marinho, Bebianno estava em um sítio com seu filho quando se sentiu mal, por volta das 4h. Marinho ainda disse que ele foi levado a um hospital da cidade, onde teria tido um 'infarto fulminante'.
"Transmito meus pêsames à família de Gustavo Bebianno, que esteve conosco desde os primeiros momentos da campanha vitoriosa de Jair Bolsonaro. Eventualmente, a política nos afasta, mas não apaga o bom combate que travamos juntos", escreveu o vice-presidente.
O PSDB, partido ao qual Gustavo Bebianno havia se filiado e pelo qual era pré-candidato à prefeitura do Rio de Janeiro, se manifestou sobre a morte do ex-ministro, ocorrida na madrugada de hoje. “O Brasil perde hoje um grande homem, que muito fez pelo país. Sempre será motivo de orgulho para o PSDB-RJ ter a passagem de Gustavo Bebbiano registrada em sua história”.
O governador paulista, o tucano João Doria, também usou o Twitter para comentar o falecimento. “Com profundo pesar recebi a notícia da morte de Gustavo Bebianno. Seu falecimento surpreende a todos. O Rio perde, o Brasil perde. Bebianno tinha grande entusiasmo pela vida e em trabalhar por um país melhor. Meus sentimentos aos familiares e amigos nesse momento de dor”, escreveu Doria. Após deixar o governo Bolsonaro, Bebianno passou uma temporada nos Estados Unidos. Na volta ao Brasil, se aproximou do governador de São Paulo, para quem vinha prestando consultoria.
Ex-colegas de PSL e de governo se pronunciam
O presidente do PSL, deputado Luciano Bivar (PE), também lamentou a morte de Gustavo Bebianno, que foi dirigente da legenda quando o presidente Jair Bolsonaro ingressou no partido. “Uma pena, muito jovem. Bebianno nos deixa hoje, mas teve tempo para colaborar com sua parcela de cidadão e patriota”, afirmou Bivar, que divulgou uma nota sobre a morte do ex-ministro. “Chega de sentimentos conspiratórios entre homens e mulheres de bem. É nessas figuras de bem que encontraremos o repouso de quem nos energiza pelo calor da paz, da confiança e da gratidão”, afirma.
Bebianno foi coordenador da campanha de Jair Bolsonaro em 2018. O advogado se aproximou do presidente no início de 2017 e atuou como coordenador da campanha. Ele se tornou presidente nacional do PSL quando Bolsonaro ingressou no partido.
Também no Twitter, a deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP) afirmou que o Brasil “perdeu um homem bom, um homem que trabalhou intensamente pelo bem deste país e nunca se revoltou por ter sido injustiçado”. E acrescentou: “há muito tempo, não sinto tanto uma morte. Minhas condolências à família do ex-ministro Gustavo Bebianno”.
Um dos primeiros ministros do governo Jair Bolsonaro a se manifestar sobre a morte de Bebianno, Abraham Weintraub (Educação) disse que estava deixando no passado qualquer divergência com ele. “Nesse momento deixo no passado divergências. Manifesto meus sentimentos à família e desejo que ele esteja em paz, em um lugar melhor”, escreveu, em sua conta nas redes sociais. Até o meio-dia de sábado, o presidente Jair Bolsonaro e seus filhos não se pronunciaram publicamente.
Ex-ministro da Secretaria de Governo de Bolsonaro, o general Carlos Alberto dos Santos Cruz lamentou a morte de Bebianno. Os dois foram colegas no início do governo, ficaram próximos nesse período em que dividiram os corredores do Palácio do Planalto e mantiveram o contato mesmo após ambos terem sido demitidos de suas funções. “Sempre conversei muito com ele. Bebianno era uma pessoa extremamente equilibrada”, disse Santos Cruz ao jornal O Estado de S.Paulo. “Foi um sujeito, não tenho dúvida nenhuma, fundamental para 2018. Foi quem enxergou ali a oportunidade de fazer um presidente de direita e substituir aquele bocado de coisas que vinha já por um longo tempo. É lastimável que ele tenha falecido com 56 anos”, disse. “Corajoso e leal, muita lealdade a quem ele se dedicou a auxiliar”, disse ainda Santos Cruz.
Oposição e ex-bolsonaristas fazem insinuações contra presidente
O deputado federal pelo PT Rogério Correia escreveu que Bebianno sabia de “muitos podres” do presidente. “Na data que se completam dois anos que milicianos ligados à família Bolsonaro mataram Marielle. Gente estranha e inconfiável!”, escreveu. O deputado federal Alexandre Frota (PSDB-SP), que se elegeu na onda bolsonarista, mas rompeu com o presidente, afirmou que o ex-ministro se foi e levou com ele “muitas verdades”. “O desgosto da vida matou Bebianno. Para uns e outros hoje vai ter festa no Palácio. Para amigos e família a saudade, e para o Brasil uma voz importante que se calou”, disse o parlamentar.
Por volta das 10h da manhã deste sábado, “Bebianno” liderava os trending topics, assuntos mais comentados no Twitter no Brasil.