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Bolsonaro votos
Presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse que Bolsonaro precisa ser responsabilizado por “litigância de má-fé”| Foto: Gabriel Paiva/PT

A decisão do presidente Jair Bolsonaro e do Partido Liberal (PL) de pedir a anulação dos votos registrados em 279 mil urnas eletrônicas no segundo turno das eleições deste ano foi criticada por lideranças políticas de diferentes correntes ideológicas. A representação assinada pela coligação "Pelo Bem do Brasil", que reúne PL, PP e Republicanos, foi protocolada na tarde desta terça-feira (22), no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A presidente do PT, partido do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, deputada Gleisi Hoffmann (PR) disse nas redes sociais que a "eleição foi decidida no voto" e que Bolsonaro deve ser responsabilizado por "litigância de má-fé". "Ação de Bolsonaro no TSE é chicana que tem de ser punida como litigância de má fé. Chega de catimba, de irresponsabilidade, de insultos às instituições e à democracia. A eleição foi decidida no voto e o Brasil precisa de paz para construir um futuro melhor", escreveu.

Em nota, o PSDB classificou o recurso do PL no TSE de "insensatez". "O brasileiro já elegeu líderes de centro, de direita e de esquerda utilizando a urna eletrônica. Eleição após eleição, o sistema eleitoral brasileiro prova a sua segurança e confiabilidade", citou a nota do partido. Em 2014, o PSDB pediu uma auditoria das urnas após o então candidato do partido a presidente, Aécio Neves, ser derrotado por Dilma Rousseff (PT) no segundo turno da eleição presidencial.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse em entrevista coletiva que não conhece o teor da ação movida pelo PT e que por isso não poderia comentá-la, mas chamou de "fato inquestionável" a vitória de Lula sobre Bolsonaro na disputa eleitoral. "As urnas eletrônicas são seguras e auditáveis. A eleição acabou, Lula é o presidente. O povo brasileiro escolheu. Aceita que dói menos", publicou o deputado Marcelo Freixo (PSB-RJ).

A deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS) disse que os líderes do PL "deveriam ser presos" após terem apresentado a ação desta terça. "É absurda a insistência destes golpistas em questionar a lisura das urnas, DE NOVO! Deveriam ser presos por mais essa afronta às liberdades democráticas!", escreveu.

Candidato a presidente em 2018 e ex-presidente do partido Novo, João Amoêdo também contestou o posicionamento do partido de Bolsonaro. "O PL, em uma atitude irresponsável e com o intuito de tumultuar a transição, questiona a confiabilidade das urnas. Mas só as do 2º turno, mesmo tendo sido as mesmas utilizadas no 1º turno. Alexandre de Moraes demanda, corretamente, que o PL apresente o relatório dos 2 turnos", publicou em seu perfil no Twitter.

Amoêdo faz referência à decisão do ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE, de exigir que o PL conteste também os votos registrados no primeiro turno. Segundo o magistrado, as urnas utilizadas nas duas etapas de votação são idênticas, o que torna necessário, na sua ótica, que uma ação sobre a validade das urnas aborde os dois turnos. No primeiro, o PL elegeu 99 deputados federais, oito senadores e dois governadores, os de Rio de Janeiro e Santa Catarina.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) também ironizou o PL após a medida de Moraes: "O despacho do TSE reforça que foram usadas as mesmas urnas no 1º e 2º turno. Ou seja, não valeria só a anulação da eleição de Lula, mas de TODOS os parlamentares, inclusive do PL. Balde de água fria que chama?".

Deputado federal pelo PCdoB, Orlando Silva (SP) comemorou, em letras garrafais, a postura de Moraes. "TSE DESTRÓI A TRAMA GOLPISTA! O PL, vergonhosamente, cedeu ao choro de derrotado de Bolsonaro e teve a cara de pau de pedir impugnação das urnas, mas só do 2° turno, pois assim não questiona a própria bancada. Em um parágrafo, o TSE ACABOU COM A GRAÇA dos bandidos", escreveu o parlamentar em seus perfis nas redes sociais. Silva não foi reeleito em 2022.

Já o deputado André Janones (Avante-MG), que se aliou a Lula e foi um dos líderes da campanha petista na internet, publicou que Bolsonaro "faz birra" para deixar a cadeira presidencial.

"Não satisfeito em fazer um mandato medíocre, a saída agora é ainda mais vexatória. Bolsonaro nunca teve tamanho pra sentar na cadeira de presidente e agora faz birra para deixá-la. Não esperem o mínimo de decência de um rato, mas podem ter uma certeza: ELE VOLTARÁ PARA O ESGOTO", escreveu.

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