Com o avanço da pandemia do novo coronavírus no país, o Ministério da Saúde distribuiu 9.189 respiradores até a sexta-feira passada (7), segundo o painel de insumos mantido pela pasta. O número de respiradores entregues não chegou aos 15 mil que tinham sido estimados no início da pandemia.
Em março, Luiz Henrique Mandetta, então ministro da Saúde, tentou comprar 15 mil respiradores da China. No entanto, a operação não vingou e o contrato foi cancelado. O Brasil tinha à disposição, em fevereiro, quando o primeiro caso de Covid-19 foi confirmado no país, 65.411 ventiladores pulmonares, dos quais 46.663 no Sistema Único de Saúde (SUS), segundo o Ministério da Saúde.
Mandetta deixou o ministério, Nelson Teich assumiu e a dificuldade de finalizar a compra de respiradores continuou. Teich deixou a pasta menos de um mês após ter sido nomeado. Eduardo Pazuello assumiu o cargo interinamente e decidiu mudar a dinâmica de alguns contratos da pasta, diminuindo o número de aquisições.
Indústria nacional foi acionada para produção de respiradores
O governo recorreu às empresas nacionais especializadas na fabricação de ventiladores pulmonares, na tentativa de suprir os hospitais. Os sistemas hospitalares de vários estados entraram em colapso, com altas nas taxas de ocupação nas unidades de terapia intensiva.
A entrega dos equipamentos foi escalonada de abril a julho, mas até maio a distribuição dos equipamentos estava abaixo do prometido. Até início de julho, o governo havia assinado cinco contratos com empresas brasileiras para produção de 16.252 respiradores.
A Magnamed seria responsável pela entrega de 6.500, no valor de R$ 322,5 milhões; já a Intermed foi contratada para produzir 4.300 respiradores, no valor de R$ 258 milhões; outros 3.300 da KTK, no valor de R$ 78 milhões; 1.202 com a empresa Leistung, no valor de R$ 72 milhões; e 950 com a WEG, no valor de R$ 57 milhões, de acordo com divulgação do próprio ministério.
Mais de 15 instituições e empresas estão envolvidas na produção, que também depende de insumos importados para fabricar os equipamentos, o que pode influenciar no atraso das entregas.
Porém, no final de julho, o ministério decidiu não comprar 2.880 respiradores já encomendados. Segundo informações da Folha de S. Paulo, a pasta desistiu de 50% dos respiradores usados em transporte de emergência (ambulâncias) de um pedido feito à Magnamed.
“Cabe destacar que tanto com relação aos ventiladores pulmonares, quanto em outras ações, nós estamos reforçando aquilo que é atribuição de estados e municípios pela gestão tripartite, que é a aquisição de equipamentos, medicamentos, insumos", afirmou Elcio Franco, secretário-executivo do Ministério da Saúde, durante coletiva de imprensa no último dia 3.
Segundo o secretário, o ministério tem adquirido insumos "de maior dificuldade, estratégicos, para reforçar a ação de estados e municípios”.
Com a evolução da pandemia no país, o país já ultrapassou os 3 milhões casos e 100 mil mortes causadas pela Covid-19. E o número de mortes estacionaram numa média alta, pouco acima de mil por dia.
Rio foi o estado que mais recebeu
Dos 9.189 respiradores já distribuídos, 4.802 são para tratamento de pacientes em UTIs e 4.387 para transporte de emergência. Ao todo, 5.329 foram entregues a estados e 3.860 a municípios.
O estado que mais recebeu respiradores do governo foi o Rio de Janeiro, com 1.022. Seguido por São Paulo (871), Minas Gerais (626), Rio Grande do Sul (619), Paraná (561) e Bahia (510).
O Sudeste, região mais afetada pela doença, com mais de um milhão de pessoas infectadas e 44 mil mortos, recebeu 2.748 respiradores da pasta. As informações fazem parte do painel mantido pelo Ministério da Saúde sobre a distribuição de insumos para o enfrentamento da pandemia.
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