O presidente Jair Bolsonaro desembarcou em Roma, na Itália, nesta sexta-feira (29), onde participará da Cúpula do G20, que no fim de semana reunirá líderes das vinte maiores economias do mundo. Acompanhado de Paulo Guedes, ministro da Economia, uma das prioridades do presidente brasileiro durante o evento será reforçar compromissos do país com a retomada da economia mundial. O ministros das Relações Exteriores, Carlos França, também faz parte da comitiva.
Segundo o Itamaraty, o Brasil destacará que os debates do G20 devem buscar respostas para a recuperação econômica no pós-pandemia, levando em conta que “o comércio e os investimentos internacionais são instrumentos poderosos para a promoção do desenvolvimento sustentável”.
O tema será tratado em um momento crítico, de aceleração da inflação e perspectivas de crescimento econômico revisadas para baixo, tanto no Brasil como no mundo.
A projeção de crescimento da economia mundial para 2021, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMl), é de 5,9%, 0,1 ponto percentual a menos do que se previa em julho. A economia brasileira também teve uma revisão de -0,1 ponto percentual, com crescimento estimado em 5,2% neste ano. Para 2022, as perspectivas sobre o Brasil foram rebaixadas em 0,4 ponto percentual em relação ao previsto em julho, estando o crescimento estimado em 1,5%, o menor entre as economias do G20.
“O Brasil vai advogar por mais investimento no nosso país, mas também em outros países, em infraestruturas'', disse o secretário de comércio exterior do Ministério de Relações Exteriores, embaixador Sarquis José Buainain Sarquis, no começo da semana.
“Temos defendido uma agenda de tributação que permita aos países aumentarem sua base de arrecadação de maneira equilibrada internacionalmente e também condições mais equânimes de comércio e investimento. Um comércio mais livre, e livre não só de barreiras tarifárias, técnicas, contra nosso agronegócio, mas também redução dos subsídios que distorcem o funcionamento dos mercados e que muitas vezes têm efeitos adversos para o meio ambiente”, continuou.
A economia também deve estar na pauta do encontro de Bolsonaro com o presidente italiano, Sergio Mattarella, nesta sexta-feira. Segundo o Itamaraty, a Itália é um dos países da União Europeia mais favoráveis ao acordo entre o Mercosul e a União Europeia e também à entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Durante a cúpula, o presidente Bolsonaro também vai se encontrar com o secretário-geral da OCDE, Mathias Cormann.
Outros pontos que o Brasil vai defender durante o encontro são as reformas da Organização Mundial do Comércio (OMC) e da OMS (Organização Mundial da Saúde). “Será muito importante que os líderes digam e coincidam em dizer que a OMC precisa ser revitalizada, que a capacidade negociadora da OMC seja fortalecida em todas as áreas, área agrícola, industrial, de novos temas, serviços, facilitação de investimentos, comércio eletrônico. O Brasil tem propostas na mesa em todos esses temas”, disse Sarquis em entrevista.
Sobre a pandemia de Covid-19, o governo deve apoiar ações coordenadas no âmbito da OMS e da OMC para que haja mais produção de vacinas e medicamentos, principalmente em países emergentes, para que estes também possam avançar na imunização de suas populações.
Os membros permanentes do G20 são África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, Turquia e União Europeia. Para o encontro deste ano também foram convidados Espanha, Holanda e Cingapura, Ruanda, República Democrática do Congo e Brunei.
Pauta ambiental
Os líderes mundiais também vão debater a mudança climática e a proteção do meio ambiente e da biodiversidade, tentando alinhar políticas de redução de emissão de gás carbônico a fim de cumprir com o acordo do clima de Paris, cuja meta principal é limitar o aquecimento global a 1,5 graus Celsius em relação ao nível pré-industrial.
O tema terá especial relevância já que nos dias posteriores à cúpula do G20 será realizada a COP26, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, em Glasgow, na Escócia. Segundo ativistas internacionais, se não houver sinais positivos de adesão às metas climáticas durante o G20, será difícil que a COP26 resulte em um acordo robusto.
Para Sarquis, “o Brasil apoia um consenso muito forte em favor das metas de redução de emissão que permitirão ao planeta controlar o aquecimento global” e também é favorável à criação de um mercado global de créditos de carbono. Com essa postura, o Brasil tenta se desvencilhar das críticas internacionais que vem recebendo durante o governo de Jair Bolsonaro, principalmente sobre o desmatamento da Amazônia.
O presidente, porém, não deve ficar na Europa para a COP26. O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, representará o Brasil durante o encontro da ONU.
Bolsonaro deve cumprir agenda na Itália na segunda-feira (1º), quando receberá o título de Cidadão Honorário do Município de Anguillara Vêneta, e na terça-feira (2), para participar, em Pistoia, de uma cerimônia em memória dos Pracinhas brasileiros falecidos na Segunda Guerra Mundial. A volta para o Brasil está prevista para a tarde de terça.
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